O Estado de São Paulo, n. 45584, 07/08/2018. Política, p. A8

 

Kátia Abreu afirma que será uma vice ‘disciplinada’ de Ciro

Camila Turtelli

07/08/2018

 

 

Confirmada no domingo na chapa do candidato do PDT, senadora afirma estar pronta para atuar ‘sob seu comando’

A senadora Kátia Abreu (PDT-TO) afirmou ontem, ao ter sua candidatura na chapa presidencial de Ciro Gomes anunciada oficialmente, que será uma “vice disciplinada”. “Serei uma vice disciplinada, pronta para atuar, mas sob seu (de Ciro Gomes) comando”, disse ela, durante evento em Brasília.

Ex-ministra da Agricultura no segundo governo Dilma Rousseff, Kátia ressaltou qualidades de Ciro e afirmou que não conhece nada que “manche sua honra”. A candidata a vice lamentou a falta de alianças com outros partidos, mas disse que está confiante com a vitória do PDT, mesmo isolado.

Durante o anúncio, Ciro destacou a postura da senadora ao longo do processo de impeachment da presidente cassada. O presidenciável afirmou que Kátia enfrentou seu partido, na época o MDB, ao defender Dilma, amiga pessoal da ex-ministra. “Ela nos deu exemplo de força compromisso com a democracia, quando paga preço por fidelidade, afronta seu partido, a quadrilha de corruptos que dominou a democracia e ajuda a defender o Brasil resistindo contra o avanço das forças do golpe”, disse o candidato do PDT à Presidência.

O presidente nacional do partido, Carlos Lupi, destacou o fato de Kátia ser mulher e representar o agronegócio, setor que, em suas palavras, “sustenta o Brasil”.

“Principalmente numa sociedade machista onde a mulher é discriminada, e ainda mais na política, uma mulher ser vitoriosa é fato raro”, disse ele. Lupi afirmou ainda que tem a certeza de que Kátia será uma vice atuante.

 

‘Soluções de gabinetes’. Ciro ainda criticou o que chamou de “soluções de gabinetes” na corrida eleitoral. “Parece que as estruturas tradicionais da política brasileira não aprenderam nada. É impressionante como a gente assiste a soluções de gabinetes que acintosamente desrespeitam a mínima regra de palavra dada para ser cumprida, as estruturas estão querendo fazer o jogo dentro de gabinetes e dali jogando cartas, excluindo da opção da população candidaturas como Marilia Arraes (PT) e Marcio Lacerda (PSB)”, afirmou o pedetista.

O PSB mineiro vive um impasse após a direção nacional do partido ter feito um acordo com o PT que implica na retirada da candidatura do ex-prefeito de Belo Horizonte Marcio Lacerda ao governo de Minas, para apoiar a reeleição de Fernando Pimentel (PT). Em troca, os petistas tiraram a candidatura de Marília Arraes (PT) ao governo de Pernambuco e apoiam a tentativa de reeleição do governador Paulo Câmara (PSB). No entanto, Lacerda se recusa a abandonar a disputa.

Ainda no discurso, Ciro criticou as alianças formadas para as eleições gerais. “É curioso nesse momento que o primeiro candidato elegível nas pesquisas está sozinho, o segundo e o terceiro também”, disse.