Título: Ideli descarta veto total
Autor: Braga, Juliana; Caitano, Adriana
Fonte: Correio Braziliense, 24/05/2012, Cidades, p. 10
A ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, adiantou que a presidente Dilma Rousseff não vai vetar todo o projeto do novo Código Florestal enviado pela Câmara dos Deputados. O prazo para uma decisão sobre o texto acaba amanhã e Dilma analisa o texto desde o fim de semana. Segundo a ministra, a presidente vetará apenas alguns artigos e apresentará ao Congresso Nacional projetos de lei ou medidas provisórias que preencham as lacunas.
Ideli evitou em falar na dimensão do veto e descartou a possibilidade de ele ser derrubado posteriormente pelo Congresso Nacional. “Até pelo número de votos que a matéria teve na Câmara, não há a menor possibilidade política, acredito, de derrubada de veto até porque precisa ter três quintos nas duas Casas”, afirma. Na avaliação da ministra, como a Câmara modificou muito o texto feito pelo Senado, não teria o apoio dos senadores para derrubar o veto.
Para se antecipar ao veto, a bancada ruralista da Câmara dos Deputados preparou uma reação estratégica e, há cerca de 10 dias, criou um projeto de lei com novas regras para pontos polêmicos. Agora, os ruralistas já têm um requerimento de urgência com assinaturas suficientes, pronto para ser apresentado à Mesa Diretora. Eles aguardam apenas que Dilma “mova a primeira peça do tabuleiro”, afirmam. “Assim que a presidente definir os vetos e dizer se vai enviar uma medida provisória para corrigir o texto, por exemplo, vamos providenciar a inclusão da nossa proposta na pauta”, comentou o deputado Jerônimo Goergen (PP-RS).
O texto dos ruralistas estabelece novas metragens para recomposição das faixas às margens de cursos d’água e prevê que a suspensão das sanções a quem desmatou APPs e áreas de reserva legal até julho de 2008 seja feita a partir da publicação da lei. Segundo o deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO), a estratégia foi adotada para garantir que a Câmara dê a palavra final sobre o assunto, já que o Senado, na sua avaliação, “prestou um ato de vassalagem à presidente”.]]>