Título: BC aponta sinais de retomada do crédito
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Fonte: Correio Braziliense, 24/05/2012, Economia, p. 17

O mercado de crédito no país começa a dar sinais de retomada: o volume de operações de financiamento cresceu em abril. O diretor de Política Econômica do Banco Central, Carlos Hamilton Araújo, informou ontem que a média diária de concessão de crédito aumentou 6% no mês, em comparação com março. Para pessoas físicas, o avanço foi ainda maior, de 8,1% no período. Entre as pessoas jurídicas, atingiu 4,6%.

De acordo com Araújo, o spread bancário — diferença entre o custo de captação dos bancos e a taxa efetivamente cobrada ao cliente final—caiu 1,5 ponto percentual, ficando em 26,5 pontos percentuais no mês passado. A queda foi maior nas operações com pessoas físicas (de 1,9 ponto) do que nos repasses para empresas (0,9 ponto de reduão). Já a taxa média de juros recuou para 35,3% ao ano.

Expansão

O diretor do BC, que esteve em Curitiba para divulgar relatório do BC sobre a economia regional, acredita que o mercado de crédito brasileiro vai continuar em expansão. “Há segmentos, como o imobiliário, em que o espaço é grande para crescimento do crédito no Brasil”, acrescentou.

Araújo também reafirmou a previsão de que o estoque total vai crescer 15% em 2012, mas lembrou que essa e outras variáveis, como projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) e para a inflação, podem ser revisadas no próximo Relatório Trimestral de Inflação, que será divulgado no fim de junho. Araújo minimizou o problema do alto comprometimento das rendas das famílias com empréstimos dizendo que o BC observou um recuou moderado na comparação com o começo do ano passado. “O nível de endividamento das famílias no Brasil é muito menor do que o visto em outras economias”, comparou. O diretor do BC informou ainda que a Taxa Preferencial Brasileira, que compila a taxa de juros de empresas com classificação de risco AAA, a melhor possível, ficou em 14,6% em fevereiro, contra 14,5% em janeiro.