O Estado de São Paulo, n. 45585, 08/08/2018. Política, p. A6
PF vai limitar segurança de candidatos à Presidência
Rafael Moraes Moura e Fabio Serapião
08/08/2018
Vigilância integral vale para presidenciável de partido com no mínimo 5 parlamentares
Responsável pelo esquema de proteção dos candidatos à Presidência da República ao longo da campanha, a Polícia Federal pretende limitar, neste ano, a segurança para representantes de partidos nanicos – com menos de cinco parlamentares na Câmara dos Deputados. Nem todos terão policiais à disposição 24 horas por dia.
A PF já entrou em contato com candidatos para informar sobre o funcionamento do esquema de segurança. Uma fonte da corporação informou que será usada a métrica da legislação eleitoral para convite de debates em emissoras de televisão – candidatos cujos partidos contam com cinco ou mais parlamentares no Congresso terão “segurança dedicada”, ou seja, 24 horas e durante toda a campanha.
Os presidenciáveis sem essa representação mínima também terão segurança, mas apenas em ocasiões específicas previamente informadas à PF. No caso de Marina Silva (Rede), no entanto, será levada em consideração sua posição nas pesquisas de intenção de votos, o que a coloca em situação diferente dos nanicos.
Para a PF, o número maior de candidatos ao Palácio do Planalto e a disseminação de “eventos espontâneos” – como a recepção a políticos em aeroportos – são os maiores desafios na garantia da segurança dos presidenciáveis nesta campanha.
A atuação da PF na segurança dos candidatos é prevista em lei e tem como objetivo viabilizar o exercício democrático da escolha do novo chefe do executivo nacional. Todo o custeio e organização das viagens para os policiais envolvidos na segurança, inclusive os gastos com reservas de hotel, é bancado pela própria corporação. Ainda não há estimativa dos gastos. Inicialmente, cada candidato terá uma equipe com 20 policiais – o número pode ser maior dependendo do local ou risco do evento.
O candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, já estava sendo acompanhado por agentes, ontem, ao chegar à Câmara. A campanha de Guilherme Boulos (PSOL) disse à reportagem que ainda não decidiu se vai pedir a proteção pessoal da PF.
O ex-ministro Henrique Meirelles (MDB) disse ao Estado que ainda está pensando se utilizará os serviços da PF. O PDT avalia a situação do presidenciável Ciro Gomes. A assessoria de Marina afirmou que vai acertar com a PF como será o esquema.
A assessoria de Alvaro Dias (Podemos) confirmou que o candidato terá proteção pessoal. Já a campanha do PT informou que não foi comunicada oficialmente pela PF e não tem posição definida. A reportagem não obteve resposta de Geraldo Alckmin (PSDB).
Registrados
13 nomes foram registrados como candidatos à Presidência da República nas eleições deste ano, mas nem todos terão direito ao serviço de segurança da PF.
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Ricardo Galhardo e Daniel Wettermann
08/08/2018
Escolhido anteontem como vice provisório do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso na Lava Jato, o exprefeito Fernando Haddad enfrenta já nesta semana o primeiro obstáculo para cumprir o papel de representante do petista na corrida eleitoral.
Excluído do primeiro debate entre os presidenciáveis, amanhã na TV Bandeirantes, Haddad e a deputada estadual Manuela d’Ávila (PCdoB) – que deve assumir a vaga de vice se a Justiça confirmar a inelegibilidade de Lula – devem fazer um evento paralelo, na internet, para compensar a ausência. “Vai ser o debate da outra banda”, brincou Haddad, em referência à emissora.
A Justiça negou, anteontem, pedido do PT para que Lula pudesse participar do programa. O formato do evento paralelo ainda não está fechado, mas a ideia é fazer uma transmissão ao vivo pela internet, no mesmo horário do debate, na qual Haddad e Manuela falariam sobre os temas abordados na TV. “E nós vamos ganhar na audiência”, disse Haddad.
Segundo a assessoria do Instituto Lula, o ex-presidente foi convidado para o debate e seus representantes participaram de todas as etapas de negociações sobre o programa, ao lado dos demais candidatos, até do sorteio dos lugares, do qual foi excluído devido à ausência do candidato.
Ainda segundo a assessoria, foi solicitado à emissora que o púlpito de Lula fique vazio durante o debate para simbolizar sua ausência. A TV Bandeirantes não respondeu à solicitação.
Chapa
Manuela e Haddad participam de agenda conjunta