Correio braziliense, n. 20194, 04/09/2018. Cidades, p. 17

 

Distritais já arrecadaram R$ 5 mi para campanha

Ana Viriato

04/09/2018

 

 

ELEIÇÕES 2018 » Do total investido em parlamentares candidatos a reeleição e a vagas na Câmara dos Deputados ou ao Senado, R$ 4 milhões saíram do fundo abastecido por recursos públicos. As quantias podem ser ainda maiores, pois três não prestaram contas

Os 22 distritais que tentarão a reeleição, uma cadeira na Câmara dos Deputados ou uma vaga no Senado, arrecadaram, até ontem, R$ 5.360.920 para desembolsar com despesas de campanha, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Cerca de 75% deste montante, ou seja, R$ 4.016.870, provêm do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), abastecido por recursos públicos. As cifras, no entanto, podem ser ainda maiores, pois três concorrentes não prestaram contas à Justiça Eleitoral.

Candidata à deputada federal, Celina Leão (PP) é, por ora, a campeã de recolhimento. A parlamentar tem R$ 1 milhão, recurso transferido pelo próprio partido. A doação reflete a preocupação das legendas com a eleição de representantes na Câmara dos Deputados devido à cláusula de barreira, norma que estabelece um desempenho eleitoral mínimo para o acesso ao tempo de propaganda gratuita e ao fundo partidário. Até o momento, a distrital desembolsou R$ 60 mil com serviços prestados por terceiros.

Na disputa por uma cadeira na Câmara Legislativa, Julio Cesar (PRB), pastor da Igreja Universal do Reino de Deus, angariou R$ 287.044, dos quais R$ 280 mil foram doados pelo Diretório Nacional da legenda. Outros R$ 6.524 são provenientes da Direção Distrital do partido e R$ 520, de vaquinhas on-line. O distrital torrou parte do montante. Direcionou, a exemplo, R$ 23,8 mil à publicidade por adesivos e mais R$ 9 mil a atividades de militância e mobilização de rua.

Também no páreo, Professor Israel (PV) garantiu R$ 242,5 mil. Desde o início da campanha, em 16 de agosto, usou R$ 67.152,45 com publicidade por materiais impressos. Destinou, ainda, R$ 40.096 a correspondências e despesas postais; R$ 29,5 mil a publicidade por adesivos; R$ 28 mil a pessoas físicas; R$ 26.893 à prestação de serviços por terceiros. Na disputa a deputado federal, o teto de gastos é de R$ 2,5 milhões.

Milionários

Na corrida pela Câmara Legislativa, o PR investiu alto nos principais candidatos. As campanhas dos concorrentes, neste caso, podem custar R$ 1 milhão. Correligionários, Agaciel Maia e Bispo Renato Andrade receberam R$ 900 mil, cada. Contudo, ainda não discriminaram os gastos. Apesar de integrar a mesma legenda, Sandra Faraj, ligada à Comunidade Cristã Ministério da Fé, foi beneficiada com um valor menor: R$ 250 mil.

Candidato pela segunda vez, Rafael Prudente (MDB) ainda não dispõe de recursos da legenda. Os R$ 360 mil investidos em sua campanha saíram do bolso de familiares. Pai do emedebista, Leonardo Prudente, condenado por improbidade administrativa na Operação Caixa de Pandora e flagrado em filmagens com dinheiro nas meias, doou R$ 230 mil. Tio dele, João Bosco Prudente desembolsou mais R$ 80 mil. Os demais R$ 50 mil vêm de José Luiz Prudente. Até então, o maior gasto do distrital deu-se com combustíveis e lubrificantes: R$ 29,1 mil. Correligionário de Prudente, Wellington Luiz declarou o recebimento de R$ 7,1 mil, mas não especificou despesas.

Segundo distrital mais votado em 2014, Robério Negreiros (PSD) tem, em caixa, R$ 525 mil. O pessedista investiu R$ 150 mil na própria campanha. Conta, ainda, com mais R$ 150 mil transferidos pelo pai, Robério Negreiros, condenado na Operação Sentinela por supostas fraudes em licitações do Tribunal de Contas da União. O restante do dinheiro saiu de outras três pessoas físicas.

Aposta do PRB, Rodrigo Delmasso detém R$ 90.921. Empresário e candidato ao Senado na chapa do parlamentar, Fernando Marques (Solidariedade), é responsável pela transferência de R$ 50 mil deste montante — mais rico da disputa por cargos eletivos, o postulante à cadeira de senador declarou ao TSE dispor de R$ 667 milhões e tem financiado campanhas de aliados. A maior despesa de Delmasso, cerca de R$ 45,5 mil,  é decorrente de publicidade por materiais impressos.

Integrante do partido do governador Rodrigo Rollemberg (PSB), Luzia de Paula tem à disposição R$ 175 mil, dos quais R$ 71 mil saíram da Direção Distrital da legenda. A socialista usou R$ 7,4 mil com a publicidade de materiais impressos e direcionou R$ 3,2 mil a pessoas físicas. Reginaldo Veras (PDT) tirou do próprio bolso os R$ 41 mil investidos na campanha. Contudo, não declarou despesas. O também pedetista Cláudio Abrantes dispõe de R$ 56.165, transferidos por pessoas físicas ou vaquinhas virtuais.

Telma Rufino (Pros) recebeu da Direção Nacional do próprio partido R$ 75.870. Chico Vigilante (PT) atestou o recebimento de R$ 15 mil. Nenhum dos dois descreveu gastos. Também petista, Ricardo Vale faturou R$ 11,5 mil e teve, como maior despesa, a publicidade por meio de carros de som, a qual totalizou R$ 1,5 mil. Lira (PHS) ganhou R$ 27 mil — do montante, R$ 22 mil foram investidos em propaganda por material impresso. Cristiano Araújo (PSD), Juarezão (PSB) e Raimundo Ribeiro (MDB) não prestaram contas, segundo o sistema do TSE.

No páreo pelo Senado, disputa em que o teto de gastos é de R$ 3 milhões, Wasny de Roure (PT) conquistou R$ 130 mil da Direção Nacional petista, mas não elencou gastos. Chico Leite (Rede) atestou o acúmulo de R$ 266.320 mil, sendo R$ 260 mil provenientes da Executiva Nacional da legenda.

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Só quatro candidatos vão à rua

Augusto Fernandes e Pedro Grigori

04/09/2018

 

 

Só quatro dos 11 candidatos ao Palácio do Buriti investiram, ontem, no corpo a corpo com a população — ainda que por curtos períodos de tempo. A maioria dos postulantes dedicou o dia a agendas internas e gravações de programas eleitorais. Quem foi às ruas deu enfoque a pautas de quatro eixos: inclusão, regularização urbana, fomento ao setor produtivo e mobilidade urbana.

Candidato à reeleição, Rodrigo Rollemberg (PSB) assegurou avanços na regularização de quiosques e trailers, em reunião com representantes da União de Proprietários. O socialista ainda se comprometeu em rever o valor das taxas de ocupação que, de acordo com quiosqueiros, subiram de forma expressiva neste ano. “É possível, no próximo mandato, reavaliar o preço para que seja cobrado um valor justo, que compatibilize a geração de empregos, prioridade da cidade”, disse. Uma mudança no índice estabelecido hoje precisa de revisão da legislação atual. Uma eventual isenção da cobrança implicaria renúncia de receita, vetada em período eleitoral.

No encontro, donos de bancas de revistas e jornais requisitaram o avanço dos processos de renovação de termos de autorização e transferência das permissões dos estabelecimentos. A questão, de acordo com o socialista, também será visitada em eventual novo mandato. O andamento dos procedimentos depende da elaboração de legislação específica, pois a lei sobre o assunto foi considerada inconstitucional em 2012.

Postulante ao Buriti pelo Pros, Eliana Pedrosa caminhou no começo da tarde pela Avenida Comercial, em Taguatinga. Seguida por apoiadores que erguiam bandeiras, a ex-distrital gravou programa eleitoral e fez promessas. Eliana garantiu que, se eleita, vai voltar com a mão dupla da Avenida Comercial, que desde 2016, funciona em sentido único. A candidata voltou a falar sobre saúde e prometeu reformar o Hospital Regional de Taguatinga.

Novas secretarias

O deputado federal licenciado Rogério Rosso (PSD) almoçou com o presidente do Comitê Paralímpico Internacional (IPC), Andrew Parsons, no Lago Norte. O candidato ao GDF recebeu um Plano de Desenvolvimento do Esporte Paralímpico no DF, que será integrado ao Plano de Governo do PSD. Rosso aproveitou o encontro para apresentar propostas, como a criação da Secretaria Especial para a Pessoa com Deficiência. Pela projeção, a pasta será ligada ao gabinete do governador e, possivelmente, instalada na Casa Civil do DF. Rosso apresentou também propostas relacionadas ao incentivo ao esporte. “A nossa ideia é reformar e colocar pra funcionar todas as vilas olímpicas”, afirmou.

Candidato do DEM ao GDF, Alberto Fraga participou, na manhã, de uma reunião ao lado de representantes da Associação das Micro e Pequenas Empresas. A principal proposta apresentada foi da criação de uma secretaria das Micro e Pequenas Empresas, que seria gerida por pessoas ligadas ao empresariado. Ele anunciou também a transformação do BRB em um banco de fomento, criação do Na Hora Empresarial e de diretorias de desenvolvimento econômico em todas as administrações regionais do DF.