Título: Análise dos documentos
Autor: Braga, Juliana; Caitano, Adriana
Fonte: Correio Braziliense, 27/05/2012, Política, p. 3

Depois de se irritarem com o silêncio de Carlinhos Cachoeira e seus auxiliares, os integrantes da CPI pretendem dedicar mais energia à análise dos novos documentos que chegam à sala secreta do Senado em que eles ficam guardados. Para alguns deles, a papelada e os áudios podem ser mais úteis à investigação do que os depoimentos silenciosos de quem não quer se comprometer.

O deputado Paulo Teixeira (PT-SP) lembra que a CPI está finalmente recebendo os documentos que interessam de fato. "A comissão praticamente se inicia agora, com as quebras de sigilo, o material da Justiça Federal, do Judiciário, isso tudo vai ajudar mais a CPI", comenta. "Antes nem dava para fazer o dever de casa, porque o pouco que tinha já era de conhecimento público. Este é realmente o momento de pesquisa."

O líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR), destaca que o principal passo será o cruzamento dos dados disponíveis. "Só assim poderemos saber quem abastecia o esquema, qual partido era beneficiado e qual o papel de cada um no organograma do crime", afirma. Ele reclama, no entanto, da demora para que o programa, que deve simplificar esse cruzamento de informações comece a funcionar.

A reclamação é a mesma do deputado Miro Teixeira (PDT-RJ). "A quebra da chave de acesso para os programas de computador que cruzam os dados já está sendo prometida há 10 dias", reclama. Segundo ele, o cruzamento das informações de sigilo bancário, telefônico e datas pode revelar os caminhos que o dinheiro percorria e cúmplices que ainda não apareceram. Os softwares serviriam para facilitar esse trabalho. (AC e JB)

"Só assim poderemos saber quem abastecia o esquema, qual partido era beneficiado e qual o papel de cada um no organograma do crime" Rubens Bueno (PR), líder do PPS