Pedro Venceslau
Gilberto Amendola
Os tucanos receberam com apreensão, mas viram um alento na pesquisa Ibope/Estado/TV Globo divulgada ontem. A expectativa no entorno de Geraldo Alckmin, presidenciável do PSDB, era de um crescimento que o colocasse na casa dos dois dígitos. Alckmin, porém, oscilou apenas um ponto porcentual e foi a 8%, ficando em quarto lugar.
A apreensão se deve ao pouco tempo para reverter esse quadro: 13 dias. O alento é que o candidato do PSDB ganhou uma narrativa para lutar pelo voto útil.
Nos comerciais que começam a ser exibidos hoje, um locutor mostra a imagem de Jair Bolsonaro, candidato do PSL, se transformando aos poucos no rosto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Na eleição desse ano você pode acabar elegendo quem menos espera. Por exemplo: você vota no Bolsonaro no primeiro turno. No segundo turno, as pesquisas mostram: Bolsonaro empata com Marina, perde para o Ciro e caminha para perder do Haddad. Os três foram ministros do Lula”, diz o comercial.
O principal temor na campanha de Alckmin era que o crescimento de Haddad criasse uma onda de voto útil antipetista que impulsionasse Bolsonaro para uma vitória no primeiro turno.
‘Trabalho’. Questionado sobre o resultado da pesquisa, Fernando Haddad disse que ainda tem “trabalho pela frente”. “Vamos trabalhar com muita serenidade até o dia 7. Temos muito trabalho pela frente. Temos 13 dias ainda.”
O general da reserva Augusto Heleno Ribeiro questionou o índice de rejeição a Bolsonaro. “Essas indicações de rejeição são artifícios para uma manipuladinha. Bolsonaro nunca foi hostilizado pelas pessoas em aeroportos, na praia.”
Ciro Gomes (PDT) disse que “as pesquisas são retratos do momento e as eleições são um filme”. Já a candidata da Rede, Marina Silva, informou que não comentaria a pesquisa./ COLABORARAM RENAN TRUFFI, LEONENCIO NOSSA e MARIANA HAUBERT