TEMAS NACIONAIS MARCAM DEBATE AO GOVERNO DE SP

 

Eleições 2018 Palácio dos Bandeirantes / ‘Padrinhos’. Referências a presidenciáveis, a Temer e a Lula dividem espaço com propostas dos candidatos para a gestão do Estado; Doria e Skaf protagonizam embates

 

WERTHER SANTANA/ESTADÃO

Confronto. Candidatos debateram durante mais de duas horas

 

No debate com os candidatos ao governo de São Paulo, promovido ontem pelo Estado, em parceria com TV Gazeta, Rádio Jovem Pan e Twitter, as propostas estaduais dividiram espaço com as referências à eleição presidencial e à política nacional. Líderes nas pesquisas de intenção de voto, Paulo Skaf (MDB) e João Doria (PSDB) foram provocados a falar, respectivamente, sobre o presidente Michel Temer e o presidenciável tucano Geraldo Alckmin, que pouco ou nada aparecem nos seus programas eleitorais.

Luiz Marinho usou o encontro para pedir votos para o candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, e voltou a defender o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva – condenado e preso na Operação Lava Jato. Rodrigo Tavares (PRTB) também aproveitou para fazer elogios ao presidenciável Jair Bolsonaro (PSL).

Participaram do debate ainda os candidatos Márcio França (PSB), Professora Lisete Arelaro (PSOL) e Marcelo Cândido (PDT).

No segundo bloco, os “padrinhos políticos” de Doria e Skaf foram o tema de embate entre os candidatos do PSDB e do MDB. Doria foi questionado se não confia nos dividendos eleitorais de Alckmin e, por isso, o ex-governador está ausente de seu horário eleitoral.

Doria provocou novamente Skaf por este ser do partido de Temer. Ao responder uma pergunta sobre sua relação com Alckmin, Doria disse: “Não temos motivação para escondêlo. É meu candidato”. Ao comentar, Skaf afirmou que não tinha padrinhos na política. “Entrei para servir. Não para ser servido. Isso não dá certo no Brasil”, disse. Doria, então, partiu para o ataque. “Temer é seu padrinho e não sei por que esconder. É presidente de honra de seu partido. Alckmin é presidente do partido (PSDB) e é meu candidato. Não sei por que você esconde que é o candidato de Temer.”

Na sequência, disse não ter “motivação para escondê-lo”. “É meu candidato. Tenho orgulho das conquistas do PSDB em São Paulo”, disse o tucano, acrescentando que “tudo pode ser ainda melhor” no Estado. “Queremos melhorar as políticas públicas na educação, na segurança, aumentar a remuneração, melhorar a saúde pública, a geração de empregos”, afirmou ele.

Conforme a mais recente pesquisa Ibope, Skaf tem 22% das preferências, contra 21% do tucano Em terceiro, com 8%, aparece França, que tenta a reeleição.

 

Bolsonaro. Candidata do PSOL, Lisete não fez a defesa do presidenciável de seu partido, Guilherme Boulos, mas atacou Bolsonaro. “Mais de 2 milhões de mulheres estão mobilizadas contra Bolsonaro. Nós sabemos que temos de nos unir e ocupar a política”, disse a candidata.

Antes, Tavares foi provocado pelo jornalista Rodolpho Gamberini, da TV Gazeta, que, ao questionar o candidato, disse que o lema de Bolsonaro é “Brasil acima de tudo”, e que, em alemão (Deutschland über alles), a frase é uma ofensa. “Só os nazistas usam essa frase. Que outros conceitos seu candidato tem com os nazistas?”

Na resposta, o candidato do PRTB afirmou que a candidatura de Bolsonaro “significa renovação no Brasil.” “Bolsonaro se propõe a renovar. Não temos rabo preso, sem processos, ficha limpa”, afirmou. Em seu comentário, Marcelo Cândido, do PDT – que replicou no debate o discurso do presidenciável de seu partido, Ciro Gomes, contra a polarização PT e PSDB –, reforçou as críticas ao presidenciável do PSL. “Bolsonaro representa uma ameaça para o País. Coloca em risco avanços. Ataca negros, mulheres, indígenas. Desrespeita a civilização.”

O debate lotou o auditório da TV Gazeta. Com um mês de campanha, e uma disputa acirrada pelo primeiro lugar na disputa, apoiadores dos candidatos fizeram diversas manifestações durante pouco mais de duas horas de debate./ ADRIANA FERRAZ, GILBERTO AMENDOLA, PEDRO VENCESLAU, CARLA BRIDI, RICARDO GALHARDO e PAULA REVERBEL

 

Nacionalização

“Você é do PT, que deu 14 milhões de desempregados ao Brasil. Você acredita que tem credibilidade?”

João Doria (PSDB)

A LUIZ MARINHO (PT)

 

“Tenho orgulho de ser candidato de Lula.”

Luiz Marinho (PT)

 

“Bolsonaro representa uma ameaça para o País. Ataca negros, mulheres, indígenas. Desrespeita a civilização.

Marcelo Cândido (PDT)

A RODRIGO TAVARES (PRTB)

 

“Temer é seu padrinho e não sei por que esconder. É presidente de honra de seu partido. Alckmin é presidente do partido e é meu candidato.”

João Doria (PSDB)

A PAULO SKAF (MDB)

 

“Represento o projeto de Brasil de Jair Bolsonaro presidente.”

Rodrigo Tavares (PRTB)