Título: Em defesa de um pacto
Autor: Lyra, Paulo de Tarso; Campos, Ana Maria
Fonte: Correio Braziliense, 01/06/2012, Política, p. 2
Integrantes da CPI do Cachoeira afirmam que é preciso, urgentemente, uma repactuação entre PT e PMDB. Os partidos manterão o comando das investigações até o fim da comissão—o PMDB tem o presidente,Vital do Rêgo (PB); o PT tem o relator, Odair Cunha (MG), e o vice-presidente, PauloTeixeira (SP). E sabem que, se não acertarem os ponteiros, a minoria oposicionista poderá obter outras vitórias, como a quebra dos sigilos da Delta Nacional e a convocação do governador Agnelo Queiroz (PT-DF).
Teixeira, que presidiu a sessão na qual Agnelo e o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), foram convocados para a comissão, tenta conter os ânimos exaltados. “Ainda que não acredite que exista um clima de confronto em PT e PMDB, avalio que a CPI precisa da unidade entre os dois maiores partidos do governo federal”, disse ele ao Correio. “Não podemos esquecer que somos os eixos de sustentação do governo Dilma”, completou.
Deputado federal e ex-secretário de Habitação do governo de Sérgio Cabral, o deputado Leonardo Picciani (RJ) lembra que as lideranças do governo no Congresso e os petistas e peemedebistas que integram a CPI precisam conversar mais. Mas acha que as declarações do líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto(SP), foram acima do tom na última quarta-feira, ao dizer que PMDB e PSDB se uniram para convocar Agnelo. “O quadro de votações das convocações é autoexplicativo. Nós votamos com o PT nas três convocações de governadores. Quem mudou de voto e foi determinante para o resultado foi o PSDB”, defendeu Picciani.