Título: Defesa faz força-tarefa
Autor: Jeronimo, Josie
Fonte: Correio Braziliense, 01/06/2012, Política, p. 4

Cercados por milhares de escutas que detalham o modo de atuação da quadrilha de Carlinhos Cachoeira, os advogados dos acusados montaram força-tarefa para encontrar falhas e fragilidades nas investigações da Polícia Federal a fim de anular as apurações da Operação Monte Carlo. O principal mote dos advogados é que os grampos, sozinhos, não constituem provas contra os acusados. Por isso, o contador da quadrilha, Geovani Pereira da Silva, que está foragido, tornou-se o centro das atenções.

Responsável por movimentar contas ligadas à contravenção e à ligação de Cachoeira com empreiteiras, a polícia acredita que Geovani seja um "arquivo vivo" de registros dos crimes de formação de quadrilha. Ontem, o advogado do contador de Cachoeira compareceu ao prédio da Justiça Federal em Goiânia e disse que seu cliente só se apresentará se o pedido de prisão for retirado. "Ele só repassava (o dinheiro). Ele se apresentará, desde que revogue a prisão, ninguém quer ser preso", afirmou o advogado Calisto Abdala.

Neiron Cruvinel, advogado que representa o ex-vereador Wladimir Garcez, informou que a defesa encontrou falhas na denúncia feita pelo Ministério Público Federal contra Cachoeira e os demais envolvidos no esquema. De acordo com Cruvinel, Cachoeira deveria ter sido denunciado por contravenção, e os crimes de formação de quadrilha e corrupção de agentes públicos apareceriam como "conexos", mas a denúncia foi feita pelo "crime maior", pois contravenção é de competência estadual. "Para o crime de contravenção, a pena é pequena, de um a seis meses, e é de competência da Justiça estadual", afirma Cruvinel. (JJ)