Título: Depoimento não convence
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Fonte: Correio Braziliense, 06/06/2012, Cidades, p. 25

No depoimento prestado na 2ª Vara de Fazenda Pública do DF, a ex-deputada Eurides Brito sustentou que o dinheiro recebido das mãos de Durval Barbosa foi uma ajuda de campanha paga a pedido do ex-governador Joaquim Roriz (PSC). Eurides afirma que o então presidente da Codeplan teria lhe repassado os recursos para ressarcir despesas com eventos e outras atividades eleitorais no primeiro semestre de 2006. A ex-distrital nega que se trate de propina.

Para o juiz Álvaro Ciarlini, no entanto, ao confirmar ter recebido dinheiro de Durval, fato incontestável em virtude das imagens registradas, a ex-deputada confessou o ato de improbidade administrativa ao qual foi acusada pelos promotores de Justiça. Sobre os R$ 244 mil e US$ 9 mil apreendidos na casa dela pela Polícia Federal durante a Operação Caixa de Pandora, Eurides afirma pertencerem ao marido, que teria o hábito de guardar recursos em espécie na própria residência. A ex-deputada foi procurada ontem à noite pelo telefone para comentar a sentença. A reportagem, no entanto, não conseguiu contato.

O Ministério Público do DF move ações de improbidade semelhantes contra outros sete parlamentares. Estão prontos para serem julgados os casos de dois deles — dos quais também há vídeo — o do ex-deputado Júnior Brunelli (sem partido) e do ex-presidente da Câmara Legislativa Leonardo Prudente (sem partido). (AMC)