O globo, n. 31077, 07/09/2018. País, p. 5

 

Presidente do PSL: campanha continua nas redes

Marco Grillo

Karla Gamba

07/09/2018

 

 

O presidente do PSL, Gustavo Bebianno, demonstrou confiança na recuperação de Jair Bolsonaro e disse que o candidato do partido vai participar da campanha eleitoral, ainda que sem presença em agendas na rua num primeiro momento.

— Aqueles que achavam que iam tirar Jair Bolsonaro da campanha presidencial se enganaram redondamente. É um homem de muita força e resiliência e um amor incomensurável pelo Brasil. Ele está mais forte do que nunca e os milhões e milhões de brasileiros que já o acompanhavam vão se multiplicar ainda mais.

Bebianno afirmou que o Brasil está “indignado com a covardia” e disse que já havia pedido reforço na segurança do presidenciável por achar o número de agentes insuficiente.

—Ele vai continuar a campanha dele onde ele é forte, nas redes sociais, virtualmente. O que essa esquerdalha conseguiu foi fortalecer ainda mais Jair Messias Bolsonaro.

Após o atentado sofrido por Bolsonaro, o presidente Michel Temer solicitou à Polícia Federal (PF) que reforce a segurança dos candidatos à Presidência. Temer determinou que fosse feita uma apuração rigorosa do que aconteceu em Juiz de Fora.

As medidas foram tomadas em uma reunião no Palácio do Planalto, que teve a presença dos ministros da Segurança Pública, Raul Jungmann, e do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Sérgio Etchegoyen.

A PF já abriu um inquérito para investigar o ataque. A direção do órgão decidiu mandar uma equipe de Brasília para reforçar as investigações. O objetivo, segundo um delegado, é esclarecer o caso o mais rapidamente possível.

Aliados do candidato entrarão com uma representação na PF, solicitando que o órgão apure se ouve algum mandatário do crime.

— Estou levando esse pedido em nome do PSL para a sede da Polícia Federal em Curitiba, onde estou. Queremos saber a autoria intelectual, deve haver alguém que mandou o agressor fazer isso — disse o deputado federal Fernando Francischini (PSL-PR), um dos coordenadores da campanha de Bolsonaro.

Pelas regras internas, a Polícia Federal oferece serviços de segurança pessoal para todos os presidenciáveis de partidos com pelo menos cinco representantes no Congresso. O critério é o mesmo adotado pelo Tribunal Superior Eleitoral para definir quais candidatos têm direito a participar de debates na televisão. Em geral, PF destaca 20 policias para cada candidato.

Em julho, a PF enviou ofício aos dirigentes partidários com a oferta de segurança para os candidatos. O primeiro a aceitar o serviço foi justamente Bolsonaro.