Título: Prêmio Nobel encolhe
Autor: Martins, Victor
Fonte: Correio Braziliense, 12/06/2012, Economia, p. 10

A Fundação Nobel, que confere o prêmio mais desejado do mundo, anunciou ontem um corte de 20% no valor da premiação. Em nota, o diretor executivo da instituição sueca, Lars Heikensten, diz que "o capital deixado para trás por Alfred Nobel (32 milhõers de coroas suecas) deve ser gerido de tal forma que será possível atribuir o Prêmio Nobel em perpetuidade". Diplomaticamente, ele evita citar a crise do euro, com impacto direto nos investimentos europeus, mas reafirma que a fundação concluiu que o valor pago era superior aos rendimentos de seu capital.

Com isso, a premiação será reduzida de 10 milhões de coroas suecas para 8 milhões (US$ 1,1 milhão) por categoria. O dinheiro da instituição cobre os prêmios de física, química, fisiologia ou medicina, literatura e paz. O Nobel de Economia é pago pelo Banco Central da Suécia.

Esta é a segunda vez, desde 1901, que a fundação mexe no valor da premiação — a primeira foi em 1949. A fundação informou ainda que os custos do evento também estão sob revisão. A entrega dos prêmios conta com a participação da Casa Real da Suécia, país que tem como rainha Sílvia, filha da brasileira Alice Soares de Toledo.

» Herança explosiva

O sueco Alfred Nobel (1833—1896), inventor da dinamite, foi surpreendido ao ver uma edição de um jornal francês que o dava como morto (o irmão é que havia morrido) sob o título "o mercador da morte". O inventor, que já demonstrava preocupação com o uso do seu invento, decidiu então deixar em testamento, datado de 1895, o dinheiro e os bens para a constituição de um prêmio para aqueles que promovem a paz e o progresso da ciência no mundo. Para tal, foi criada a Fundação Nobel em 1900, que entregou em 1901 o prêmio pela primeira vez.