O globo, n. 31124, 24/10/2018. País, p. 12

 

Ibope no Rio: Paes cresce, e vantagem de Witzel cai 8 pontos

Igor Mello

24/10/2018

 

 

 

 

 Recorte capturado

 

 

Ex-prefeito assumiu a liderança na capital e viu rejeição ao adversário aumentar após ataques na última semana

A menos de uma semana do segundo turno, a disputa pelo governo do Rio ficou mais acirrada, segundo pesquisa Ibope divulgada ontem. Wilson Witzel (PSC) permanece na liderança, mas viu a distância para Eduardo Paes (DEM) encolher oito pontos percentuais: o ex-juiz tem 56% dos votos válidos, enquanto o ex-prefeito da capital chegou a 44%. A margem de erro é de 3 pontos para mais ou para menos. A pesquisa foi contratada pelo GLOBO e pela TV Globo.

No levantamento anterior, feito entre 15 e 17 de outubro, a diferença entre os dois postulantes ao Palácio Guanabara era de 20 pontos percentuais.

Nos votos totais, Wilson Witzel (PSC) tem 48% das intenções de voto, enquanto Eduardo Paes (DEM) ficou com 38%. Brancos e nulos somam 11%, e 3% dos entrevistados não sabem ou não responderam às perguntas. A pesquisa ouviu 1.512 eleitores em 41 municípios fluminenses entre os dias 20 a 23 de outubro de 2018.

52% no município do Rio

O crescimento de Eduardo Paes se deu principalmente na capital, governada por ele entre 2009 e 2016. O candidato do DEM ultrapassou o adversário e agora tem 52% dos votos na cidade do Rio, enquanto Witzel fica com 48%. No levantamento anterior, o ex-juiz vencia por 55% a 45%. Na periferia do Rio, Witzel lidera, mas viu a diferença para Paes diminuir oito pontos: o ex-juiz agora tem 60%, contra 40% de Paes. No interior, Witzel tem 61%, contra 39% do ex-prefeito.

Eduardo Paes também ganhou terreno no eleitorado de menor escolaridade. No atual levantamento, chegou a 47% das intenções de voto entre aqueles que têm até a 4ª série e também entre os que possuem entre 5ª e 8ª séries. Em ambos os casos, um crescimento de 9 pontos percentuais. Já Witzel caiu 5 pontos percentuais entre os que têm de 5ª a 8ª série e entre os eleitores com ensino médio.

O crescimento de Paes ocorreu após uma segunda semana de campanha marcada por uma intensa troca de acusações entre os dois candidatos. Witzel teve exposto um vídeo onde ensinava a outros juízes uma “engenharia” para acumular um benefício ao salário, a gratificação de acúmulo, de cerca de R$ 4 mil. O ex-juiz também viu o adversário explorar em debates sua relação com Luiz Carlos Cavalcanti Azenha, advogado condenado por auxiliar na fuga do traficante Antônio Bonfim Lopes, o Nem da Rocinha. Outro revés para Witzel foi o anúncio de que Jair Bolsonaro ficaria neutro na eleição do Rio.

Paes aproveitou o resultado do Ibope para voltar a atacar o adversário após o debate realizado ontem pelo SBT:

—As pessoas estão conhecendo o candidato. Elas votaram em uma pessoa que não sabiam quem era. Acharam que era o (Marcelo) Bretas e o (Sergio) Moro, mas não é. Ele é cheio de maracutaia e história esquisita.

Já Witzel minimizou a redução de sua vantagem.

— A pesquisa é para analista. Eu vejo na rua e, na rua, não estou vendo isso (a queda da vantagem).

A campanha de desconstrução de Paes surtiu efeito, segundo o Ibope. No levantamento divulgado ontem, 22% dos ouvidos não votariam no candidato do PSC de jeito nenhum —quatro pontos acima da pesquisa anterior, quando esse índice era de 18%. Os eleitores que com certeza votariam emWitzel também oscilaram negativamente: eram 40% , e agora são 37%. Paes, por sua vez, chega a 46%, uma oscilação de dois pontos percentuais em comparação à pesquisa da semana passada, quando era de 48%. Com certeza votariam no ex-prefeito do Rio 23% dos eleitores.

A pesquisa foi registrada no TSE sob o protocolo BR07484/2018. O nível de confiança é de 95%.