Eleições 2018 São Paulo / Juiz aceita pedido do PSB e determina apreensão de material de campanha de tucano considerado irregular; outros 14 diretórios do PSDB são vasculhados

O juiz eleitoral Afonso Celso da Silva determinou busca e apreensão no comitê do tucano João Doria, candidato ao governo de São Paulo, e em outros 14 diretórios municipais do PSDB. Pela manhã, agentes da Polícia Federal estiveram no comitê de Doria, na capital paulista, e apreenderam material de campanha supostamente em desacordo com a Lei Eleitoral.

O material alvo da operação faz propaganda do chamado voto “Bolsodoria”, para Jair Bolsonaro (PSL) à Presidência e Doria ao governo do Estado. Segundo denúncia apresentada pelo governador Márcio França (PSB), que concorre à reeleição, o material foi produzido sem o nome dos candidatos a vice nas chapas estadual e presidencial e o CNPJ da gráfica responsável.

Lote. Em nota, o comitê do tucano disse que já havia identificado problemas em um lote de adesivos, e que a distribuição desse material estava suspensa. “Durante a semana, (o comitê) detectou que numa pequena fração dos impressos não havia a menção ao CNPJ. A distribuição desse lote foi suspensa. O material ficou retido na sede do comitê eleitoral.”

Doria programou para hoje um “adesivaço”. “A campanha está segura de que o material que distribui está perfeitamente adequado a todos os requisitos da legislação eleitoral.”

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Os candidatos ao governo de São Paulo, João Doria (PSDB) e Márcio França (PSB), mantiveram o clima de tensão no segundo debate deste segundo turno, promovido na tarde de ontem pela TV Record. Anteontem, durante encontro na TV Bandeirantes, os dois trocaram acusações e até agressões verbais, e a apresentação de propostas ficou em segundo plano.

No debate de ontem, essa dinâmica continuou. França citou a rejeição de Doria pelo fato de o tucano ter deixado a Prefeitura para disputar o Palácio dos Bandeirantes e se disse “antiDoria”. “As pessoas votam em mim só para não votar em você. É um (sentimento) anti-Doria”, disse o governador.

Doria afirmou então que foi o candidato mais votado na capital e no interior no primeiro turno. “A população quer a mim como governador e não a você, por isso eu passei em primeiro lugar para o segundo turno.” Os dois candidatos estão tecnicamente empatados, conforme a mais recente pesquisa Ibope/Estado/TV Globo, divulgada nesta semana. Doria tem 52% dos votos válidos (excluídos brancos, nulos e indecisos) e França, 48%. A margem de erro é de três pontos porcentuais.

Enquanto Doria voltou a chamar França de “carreirista da política”, o governador disse que o tucano, se eleito, não vai visitar o interior, assim como “abandonou” a cidade.

PT. O tucano aproveitou para mais uma vez tentar associar o adversário ao PT. “(A pobreza) É um problema do partido que você adora, do José Dirceu, do qual você foi parceiro. Foram eles que geraram 14 milhões de desempregados e uma parte considerável está nas ruas das pequenas, médias e grandes cidades do Brasil. Não quero mais petismo”, afirmou Doria.

“Você tem um jeito de arrogante de falar. As pessoas que são pobres não são sujas. As pessoas de São Paulo te rejeitam”, respondeu o pessebista. “Por que esconde publicamente quando deve assumir esse seu lado vermelho, esquerdista?”, disse o ex-prefeito. “Nunca fui do PT. Minha principal rivalidade em SP sempre foi contra o PT. Não traio os meus amigos”, rebateu o governador.

França ainda ironizou o slogan de Doria. “Acelera, mas não engata.” Na resposta, Doria chamou o rival de “Márcio França, o rei do mimimi”.

“(A pobreza) É um problema do partido que você adora (...) Por que esconde publicamente esse seu lado vermelho?”

“As pessoas votam em mim só para não votar em você. É um (sentimento) anti-Doria.”