Título: R$ 10 bi a estados
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Fonte: Correio Braziliense, 14/06/2012, Economia, p. 17

O governo já preparou os rojões para anunciar, amanhã, uma nova linha de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES) para estados, no valor de R$ 10 bilhões. O discurso do Ministério da Fazenda será o de que, com esse dinheiro, os governadores poderão dar uma ajuda à União na batalha para reativar o crescimento econômico. Mas, nos bastidores, todos admitem que será mais uma medida de maketing, pois, até que o dinheiro seja efetivamente liberado e aplicado, 2012 já acabou. "Vamos torcer para que, ao menos no próximo ano, os estados consigam usar os recursos e tocar importantes obras de infraestrutura", disse um integrante da equipe econômica.

O anúncio da nova linha, semelhante à liberada durante a crise de 2008 e 2009, deverá ser feito pela presidente Dilma Rousseff durante reunião com os 27 governadores, que estão sendo convocados por Mantega. Para ter acesso aos R$ 10 bilhões, os estados terão de submeter os projetos de investimento à análise do

BNDES. Mas isso só poderá ocorrer depois de o Conselho Monetário Nacional (CMN) regulamentar as condições dos repasses, como o limite individual destinado a cada governo. "A leitura mais importante a ser feita desse encontro é que o governo federal está buscando a união com os estados para superar os graves problemas criados pela crise europeia, que tende a se agravar", assinalou um assessor do Palácio do Planalto

Recuo do IOF Na luta para ampliar as perspectivas de crescimento, Mantega já admite retirar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de 6% para empréstimos feitos no exterior com prazo inferior a cinco anos. No entender dos especialistas, a medida terá pouca eficácia. "Além de não ter apresentado os resultados esperados, a taxação, agora, está atrapalhando a entrada de investimentos estrangeiros no país", disse Alcides Leite, professor de Economia da Trevisan Escola de Negócios. O professo da Universidade de Brasília (UnB) José Luis Oreiro foi além: "Não adianta adotar medidas paliativas, com efeitos de curto prazo. Isso não é bom para o país".

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