Título: China sem fôlego
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Fonte: Correio Braziliense, 14/06/2012, Economia, p. 19
O crescimento econômico anual da China pode cair abaixo de 7% no segundo trimestre, disse Zheng Xinli, um importante conselheiro do governo e vice-presidente do Centro para Intercâmbios Econômicos Internacionais da China, em comentários publicados ontem. Essa é a previsão mais pessimista de qualquer economista do governo e do setor privado.
Crescimento abaixo de 7% refletiria o ritmo da economia durante a crise financeira. A China reportou crescimento econômico de apenas 6,6% no primeiro trimestre de 2009. A forte desaceleração na segunda maior economia do mundo incitou autoridades na semana passada a cortar as taxas de juros do país pela primeira vez desde a crise financeira global %u2014 a ação mais audaciosa na tentativa de reacender a economia, que enfrenta o sexto trimestre consecutivo de desaceleração.
%u201CO crescimento do Produto Interno Bruto (PIB, soma de todas as riquezas) no segundo trimestre pode cair abaixo de 7% se não houver melhoras significativas nos dados econômicos de junho%u201D, disse Zheng Xinli. Seus comentários foram publicados na edição internacional do Diário do Povo, o principal jornal do Partido Comunista. Zheng disse que o crescimento da produção industrial na base anual normalmente supera o crescimento do PIB entre 3 e 5 pontos percentuais. A produção industrial cresceu 9,3% em abril, o ritmo mais fraco em três anos, e aumentou 9,6% em maio. Então a menos que a atividade se recupere em junho, o crescimento do PIB do segundo trimestre pode ficar abaixo de 7%, argumentou Zheng.
Uma retração na China afeta todo o mundo, inclusive o Brasil que exporta minério de ferro e soja para o país, um de seus mais importantes parceiros comerciais.