O Estado de São Paulo, n. 45645, 07/10/2018. Política, p. A4

 

Na véspera, carreata pró-Bolsonaro e ato de Haddad na Bahia
07/10/2018

 

 

Candidatos fazem última investida antes da votação; Ciro diz ser o 'caminho novo' e Alckmin afirma que 'quem decide é o povo'

Na véspera da votação em primeiro turno, os principais candidatos à Presidência investiram em agendas de rua e manifestações nas redes sociais.

Após identificar o crescimento de Jair Bolsonaro (PSL) entre eleitores de baixa renda do Nordeste, principal base eleitoral do PT, o candidato do partido, Fernando Haddad, cumpriu ontem pela manhã agenda em Feira de Santana, segundo maior município da Bahia.

Conforme as mais recente pesquisa Ibope/Estado/TV Globo divulgada na quarta-feira, o candidato do PSL, que lidera a disputa, oscilou um ponto para cima e tem 32% das intenções de voto. Haddad também variou dentro da margem de erro e foi de 21% para 23% em relação ao levantamento divulgado na segunda-feira.

Bolsonaro não cumpriu agenda na manhã de ontem. Em Brasília, apoiadores do presidenciável promoveram uma carreata que ocupou quatro faixas da Esplanada dos Ministérios. O ato contou com cabos eleitorais e eleitores de candidatos ao governo do Distrito Federal, como Ibaneis (MDB), Eliana Pedrosa (PROS) e General Paulo Chagas (PRP). A manifestação foi organizada pelas redes sociais. Os veículos carregam bandeiras do Brasil e dos candidatos.

A campanha petista alterou sua agenda para que Haddad marcasse presença em um reduto baiano do DEM, mas com grande identificação com o legado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva - condenado e preso na Operação Lava Jato.

A agenda na Bahia, marcada de última hora, após o avanço de Bolsonaro na região, foi a terceira de Haddad no Estado.

O petista participou de uma caminhada ao lado do governador baiano Rui Costa (PT), candidato à reeleição que lidera com ampla vantagem as pesquisas de intenção de voto, com 61%, e do ex-ministro e ex-governador Jaques Wagner (PT), que deve ganhar a eleição para o Senado.

Em Feira de Santana, Haddad falou apenas com emissoras de televisão antes de dar início à caminhada. De camisa branca, com uma estrela vermelha no peito e adesivos da sua campanha colados nas roupas, ele desfilou pela cidade com um chapéu de vaqueiro, em cima de uma caminhonete.

Ciro. Terceiro candidato mais bem colocado nas pesquisas de intenção de voto - ele aparece com 10% das intenções de voto, segundo a sondagem mais recente do Ibope -, Ciro Gomes (PDT) voltou a se colocar como uma terceira via à polarização Bolsonaro-Haddad. Em vídeo publicado na sua página no Twitter, Ciro disse que o candidato do PSL está usando a raiva que parte do eleitorado tem contra o PT para alimentar o ódio na população. "Tenho a firmeza que você pensa que o Bolsonaro · tem, mas tenho a humanidade que ele não tem", afirmou.

Segundo o pedetista, dessa forma "não se construirá o pacto social que o Brasil tanto precisa".

"Sou um caminho novo, tenho uma sensibilidade social para cuidar de todos pois sou uma pessoa que cultiva os valores da democracia."

Alckmin. Na véspera do 1° turno, o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, fez campanha em Bauru, no interior de São Paulo, sem a presença do ex-prefeito João Doria, que disputa o Palácio dos Bandeirantes. Estamos empatados em 3° lugar e na briga pelo 2° turno. Vamos aguardar o resultado das umas. Amanhã quem fala é o povo", disse Alckmin, que tem 7% das intenções devoto, conforme o Ibope.

"Política é sempre convencimento. Democracia são argumentos.

Quem decide é o povo, ele é o grande juiz. Amanhã (hoje) quem fala é o povo. Estamos empatados no terceiro lugar, trabalhando para ir para o segundo lugar", disse o tucano.

Na cidade do interior paulista, Alckmin ainda fez promessas direcionadas à saúde. Ele disse que se for eleito para o Palácio do Planalto vai reabrir leitos do SUS