O globo, n. 31108, 08/10/2018. País, p. 14

 

Na Câmara, maiores bancadas estão com PSL e PT

Bruno Góes

Manoel Ventura

08/10/2018

 

 

 Recorte capturado

Na esteira de Jair Bolsonaro, partido representará a maior mudança, saindo de um deputado eleito em 2014 para 55, mesmo número de seu rival no segundo turno, conforme indicava apuração até as 23h de ontem

Os dois partidos que vão disputar o segundo turno na eleição presidencial devem ter as maiores bancadas na Câmara dos Deputados. Até as 23h de ontem, a apuração indicava que o PSL terá 55 deputados, mesmo número do PT, embora a apuração oficial ainda não tenha sido finalizada (veja o quadro). O crescimento do PSL representará a maior mudança na próxima legislatura. O salto se deu na esteira da popularidade de Jair Bolsonaro, já que, na eleição de 2014, a legenda elegeu apenas um deputado federal. O PT, por sua vez, mesmo continuando a ser uma das maiores bancadas, encolheu na comparação com 2014, quando conseguiu eleger 68 deputados.

Apesar de as duas legendas conquistarem a maior parte das cadeiras, a Casa será ainda mais pulverizada. A perspectiva é que nove partidos tenham bancadas entre 25 e 40 parlamentares (PP, MDB, PSDB, PSD, PSB, PR, PRB, DEM e PDT).

Com o andamento da apuração, a tendência é que a Câmara tenha, a partir de 2019, 30 partidos com representação. Na eleição de 2014, eram 28. O MDB e PSDB podem ter uma queda de quase 50% de suas bancadas. Nas últimas eleições, esses partidos elegeram, respectivamente, 65 e 54 parlamentares na Câmara.

Em São Paulo, Eduardo Bolsonaro, filho do presidenciável, foi o deputado federal mais votado da História do país, com 1,8 milhão de votos. Joice Hasselmann, também do partido, foi a segunda mais votada do estado, com pouco mais de um milhão de votos. Os paulistas elegeram nove parlamentares da legenda.

Na onda conservadora em São Paulo, também elegeramse entre os mais votados do estado o líder do Movimento Brasil Livre Kim Kataguiri (DEM), Capitão Augusto (PR), Pastor Feliciano (Pode) e Policial Kátia Sastre (PR). Esta última ficou conhecida com a divulgação de um vídeo em que reagiu a um assalto e matou um bandido.

No Rio, o PSL teve ainda mais deputados federais eleitos: 12. O mais votado foi o subtenente Hélio Fernandes, que utilizou ono mede ur nade Hélio Bolsonaro. Ele teve aproximadamente 345 mil votos, cerca de três mil amais do que Marcelo Freixo, do Psol, dono do segundo melhor desempenho no Rio. Alessandro Molon, do PSB, foi o terceiro colocado no estado, com 228 mil votos. Já o PT elegeu apenas Benedita da Silva no Rio.

A eleição dos deputados do PT se deu, principalmente, nos estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Ceará e Bahia. Esses três últimos são governados por nomes do partido, sendo que nos dois estados do Nordeste os governadores se reelegeram no primeiro turno. A presidente da legenda, Gleisi Hoffmann, que desistiu de concorrer ao Senado, conseguiu uma vaga e foi a terceira deputada mais votada do Paraná.

O centrão, grupo formado por PP, DEM, PRB, PR e SD, que apoiou Geraldo Alckmin (PSDB) na eleição deste ano, conquistou cer cade 170 cadeiras. O principal líder do grupo, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, conseguiu reeleger-se com cerca de 74 mil votos. O grupo deve se reunir nesta semana para definir se deve apoiar um candidato para o segundo turno. A tendência é que o grupo se divida.

O Novo, grande surpresa em Minas, onde teve o candidato que liderou a votação para o governo, deve eleger oito deputados federais. No espectro político oposto, o Psol, que em 2014 elegeu cinco deputados, neste ano deve ficar com 11.