Título: Sinais opostos nas bolsas
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Fonte: Correio Braziliense, 23/06/2012, Economia, p. 17

Enquanto Wall Steet fecha em alta, pregão brasileiro termina a semana estável e mercados europeus oscilam, mesmo diante do clima mais otimista por conta do resgate da Espanha

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) encerrou os negócios praticamente estável ontem, após oscilar em torno do zero, com investidores mostrando pouco apetite por ativos de risco diante do cenário ainda incerto na Zona do Euro e dos temores sobre o ritmo de crescimento da economia global. No fim de um pregão morno, o Ibovespa apontou queda de 0,12%, a 55.439 pontos. O reecuo semanal foi de 1,19%, após duas semanas de alta. No mês, o Ibovespa ainda tem alta de 1,74%. As bolsas externas fecharam com sinais divergentes. Em Wall Street, o índice Dow Jones teve alta de 0,53%. Já o principal índice europeu caiu 0,69%.

No mercado brasileiro, o avanço do setor de petróleo e gás ajudou a neutralizar o peso da queda das siderúrgicas, com destaque para o recuo de 2,7% nos papéis da Usiminas. O setor bancário também encolheu, na contramão do movimento das ações do setor em Wall Street, com destaque para Itaú Unibanco, que recuou 2,08%.

Na noite da véspera, a agência de classificação de risco Moody"s reduziu os ratings de 15 dos maiores bancos do mundo, JPMorgan, Morgan Stanley e UBS. Os mercados norte-americanos reagiram às fortes quedas da véspera e, embora não tenham conseguido anular as perdas anteriores, fecharam o último dia da semana em terreno positivo. Investidores minimizaram o rebaixamento dos ratings de crédito de instituições bancárias anunciado na véspera — após o fechamento dos mercados.

As bolsas da Europa, com exceção de Madri, impulsionada pelas notícias de auxílio ao setor bancário espanhol, operaram em trajetória inversa, mostrando maior aversão ao risco em meio aos recentes dados que sugeriram enfraquecimento da atividade em nível global.

Dessa forma, as principais ações do continente fecharam em queda pela segunda sessão consecutiva, tendo também como pano de fundo a divulgação de que o sentimento de negócios na Alemanha, maior economia da Europa, atingiu o menor nível em mais de dois anos.

No mercado de câmbio, por sua vez, o euro teve leve alta frente ao dólar, com o Banco Central Europeu (BCE) começando a aceitar uma gama maior de garantias em suas operações de empréstimo e também ativos de qualidade menor, visando à resolução dos problemas na Espanha.