O Estado de São Paulo, n. 45698, 29/11/2018. Política, p. A6

 

Número de pastas na Esplanada pode chegar a 22

29/11/2018

 

 

 Recorte capturado

Apesar de prometer reduzir à metade o atual quadro de 29 ministérios, presidente eleito admite manter outras estruturas com esse status

 

Desenho. Onyx e Bolsonaro concedem entrevista em Brasília

O presidente eleito, Jair Bolsonaro, indicou ontem que pode começar o governo com mais de 20 ministérios. Inicialmente, a expectativa da equipe do presidente eleito era ter no máximo 15 pastas. A redução do número pela metade foi uma de suas promessas de campanha – atualmente são 29.

Ontem, durante entrevista, Bolsonaro cometeu ato falho e antecipou o novo número ao ser questionado se haverá um ministério das mulheres. “Existe um pedido da bancada feminina, elas estão aqui. Vocês (mulheres) querem o vigésimo segundo ministério, das mulheres? A gente aumenta mais um?”, questionou, se dirigindo aos jornalistas. Até anteontem, o presidente eleito dizia que o número total de ministérios não passaria de 20.

Bolsonaro disse que ainda não há definição sobre uma eventual pasta dedicada às mulheres. O coordenador da transição e futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, interrompeu e disse que o ministério, na verdade, seria dos Direitos Humanos. “Um Direitos Humanos de verdade, não o que está aí que não tem qualquer eco junto à sociedade brasileira”, afirmou Bolsonaro.

Onyx também ponderou que o número total de ministérios pode diminuir caso seja aprovada a autonomia do Banco Central. Disse também que o status de ministério dado à Advocacia-Geral da União (AGU) poderá ser reavaliado no futuro.

Embora diga que não há definição, na terça-feira Bolsonaro afirmou que criaria um ministério voltado para a defesa das minorias. “Vai ter um ministério que vai envolver tudo isso aí: mulher, igualdade racial”, disse.

Bolsonaro estuda o desenho dos ministérios e deve manter conversas para formalizar as indicações até a próxima semana. Ainda falta definir o comando do Meio Ambiente, Minas e Energia e possivelmente Direitos Humanos. Também é estudada a possibilidade de manter ou não o Trabalho com status de ministério./