Título: Serra sofre com rebelião no PSDB
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Fonte: Correio Braziliense, 16/06/2012, Política, p. 8

Líder nas pesquisas de intenção de voto realizadas até o momento e primeiro pré-candidato a receber anúncios de apoio vindos de PR e PSD, o tucano José Serra enfrenta uma rebelião interna em seu próprio partido o que tem atrapalhado o anúncio de novas parcerias. Empolgados pelo fato de o partido ter um candidato competitivo nas eleições municipais de outubro, vereadores do PSDB resistem a uma aliança com outras legendas nas eleições proporcionais, temendo perda de vagas na Câmara Municipal a partir de 2013.

Serra pediu que o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, intervenha no partido pressionando para que os tucanos aceitem coligações proporcionais. Esse impasse já afastou o PP da aliança — o partido de Paulo Maluf decidiu coligar-se com o PT de Fernando Haddad — e vem complicando as conversas com o PSD. Ainda sem ter a certeza se conseguirá o tempo de televisão e o fundo partidário a partir desta eleição, o partido de Gilberto Kassab teme uma eleição pífia de vereadores o que esvaziaria a legenda em seu berço.

O secretário estadual de energia, José Aníbal, é um dos defensores da chapa pura nas eleições municipais. Derrotado por Serra nas prévias realizadas em março, ele aposta que o partido tem de aproveitar a força política de seu candidato a prefeito para consolidar uma maioria folgada na Câmara Municipal. Serristas convictos, contudo, afirmam que Aníbal, desafeto político do pré-candidato do PSDB, estaria agindo para desestabilizar a candidatura tucana.

A escolha do vice de Serra na disputa pela prefeitura também está em aberto e só deve ser decidida na convenção do partido, marcada para o dia 24. A tendência é de que seja escolhido o secretário municipal de Educação, Alexandre Schneider, para estabelecer um contraponto a Fernando Haddad, que foi ministro da Educação de Lula e de Dilma Rousseff. (PTL)