Título: Inglaterra dá ajuda a bancos
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Fonte: Correio Braziliense, 16/06/2012, Economia, p. 18
O governo do Reino Unido vai injetar mais de 100 bilhões de libras (US$ 155,43 bilhões) no sistema bancário britânico com o objetivo de ampliar a oferta de crédito, prejudicada pela crise na Zona do Euro. O anúncio foi feito ontem pelo presidente do Banco Central da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês para Bank of England), Mervyn King, na reunião anual da autoridade monetária com o mercado. Ele explicou que o objetivo da Inglaterra com o pacote é estimular as instituições a emprestar para empresas e consumidores. Ele também disse que o banco iria ativar uma ferramenta de liquidez emergencial. O anúncio de King antecipou rumores de que os bancos centrais preparam medidas emergenciais para estimular o crescimento econômico na Europa. King afirmou que a contrapartida para esse empréstimo é o aumento da oferta de crédito, capaz de estimular a indústria e o varejo, seguindo uma linha de raciocínio muito similar ao do governo de Dilma Rousseff. A Inglaterra está em recessão e a tensão provocada pelas eleições gregas no domingo tem estimulado empresas a engavetarem projetos.
Funcionários do Tesouro informaram que o plano do governo britânico visa destinar 80 bilhões de libras em novos empréstimos, enquanto o esquema do BoE vai fornecer mensalmente parcelas de 5 bilhões de libras em liquidez aos bancos. Em contrapartida, a autoridade vai acompanhar mais rigorosamente a contabilidade dos bancos.
Plano secreto King disse que a injeção de mais dinheiro na economia por meio de novas aquisições de títulos do governo havia aumentado enquanto a perspectivas para a economia piorou, embora King tenha rejeitado novamente os apelos para que o BoE compre ativos privados.
O ministro britânico das Finanças, George Osborne, disse que, "antes de melhorar, as coisas vão piorar na Zona do Euro". "O governo — com a ajuda do Banco da Inglaterra —– não vai ficar de fora e não fazer nada enquanto a tempestade (da dívida na Zona do Euro) se adensa", disse em entrevista à rede CNN.
O governo e o Banco da Inglaterra vinham trabalhando neste plano, secretamente, há algumas semanas, segundo o jornal Sun. Desde que os indicadores de emprego e intenção de consumo caíram ainda mais no primeiro trimestre, as autoridades sinalizaram que alguma medida seria tomada na tentativa de estancar o clima de pessimismo na indústria e no varejo.
» Apelo de Dublin
O Fundo Monetário Internacional (FMI) pediu ontem à Europa que ajude a Irlanda a refinanciar o resgate aos bancos e considerar o uso do capital de bancos estatais para Dublin voltar aos mercados de títulos e evitar um segundo resgate no próximo ano. Dublin, que oficializou um resgate de até 85 bilhões de euros (108 bilhões de dólares) da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI) no fim de 2010, busca voltar aos mercados da dívida de longo prazo até dezembro.
» A espera de Chipre
O Chipre vai decidir sobre suas opções para recapitalizar o sistema bancário do país assim que os resultados das eleições da Grécia forem conhecidos, disse o ministro das Finanças do país, Vassos Shiarly, ontem. "Não é necessário que busquemos um empréstimo do mecanismo (europeu de resgate). Há outras opções, ou combinações de opções. Mas essas questões serão decididas quando soubermos o resultados das votações na Grécia", informou Shiarly