O globo, n. 31155, 24/11/2018. País, p. 11

 

Joaquim Falcão toma posse na Academia Brasileira de Letras

Igor Mello

24/11/2018

 

 

Eleito por unanimidade para instituição em abril, jurista é considerado um dos maiores especialistas em STF

O jurista Joaquim Falcão foi empossado na noite de ontem na Academia Brasileira de Letras, mais tradicional instituição cultural do país. Eleito em abril deste ano, o novo acadêmico assumiu a cadeira 3, que era ocupada anteriormente pelo jornalista e escritor Carlos Heitor Cony, que morreu em janeiro. Carioca de Botafogo, Falcão tem 74 anos e foi eleito por unanimidade, com 35 votos favoráveis e três em branco. A cadeira que ocupa tem como fundador o poeta e dramaturgo Filinto de Almeida, e como patrono o jornalista Artur de Oliveira. Ele foi recebido pela escritora e ensaísta Rosiska Darcy de Oliveira, também acadêmica. A colocação do colarfoifeitapelojornalistaMerval Pereira, colunista do GLOBO, enquanto Arnaldo Niskier entregou a espada e Marcos Vinicios Vilaça, o diploma. Durante o discurso, o jurista destacou o papel da democracia como elemento cultural fundamental para o país: — Eu sou uma pessoa otimista com o Brasil e com a cultura de liberdade do Brasil — afirmou. — O conceito de patrimônio cultural inclui a Academia Brasileira de Letras, guardiã da Língua, e o Estado democrático brasileiro. A cerimônia reuniu convidados ilustres. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, também imortal, destacou as contribuições de Joaquim Falcão para o país. — É uma pessoa formidável. Fez muito pelo Brasil e merecia entrar na ABL — elogiou o ex-presidente. Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), e Sérgio Moro, futuro ministro da Justiça, também compareceram à posse. Joaquim Falcão é jurista. Doutor pela Universidade de Genebra e pela Harvard Law School, é professor titular da FGV Direito Rio — que dirigiu entre 2002 a 2017 — e considerado um dos maiores especialistas no funcionamento do STF. Em 2017, Joaquim Falcão publicou o livro “O Supremo”, que esmiúça em 70 artigos as posições e decisões tomadas por seus ministros e presidentes.