Título: TJDF mantém Cachoeira preso
Autor: Luiz, Edson
Fonte: Correio Braziliense, 17/06/2012, Política, p. 5

Desembargador Sérgio Bittencourt nega habeas corpus ao bicheiro, que, no pedido à Justiça, incluiu fotos dos filhos para tentar sensibilizar magistrado. Sem sucesso Edson Luiz

A Justiça do Distrito Federal negou habeas corpus ao bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Ele está preso no Presídio da Papuda desde 29 de fevereiro, quando a Polícia Federal desencadeou a Operação Monte Carlo. Na sexta-feira, o Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região havia concedido liberdade a Cachoeira, mas ele foi mantido detido por causa do processo da Operação Saint Michel, um desmembramento da primeira ação da PF. Ontem, a defesa do bicheiro estava convicta de sua soltura, o que acabou não ocorrendo.

O desembargador Sérgio Bittencourt não acatou o pedido feito pela defesa de Cachoeira, que teria incluído fotos dos filhos do bicheiro na peça apresentada, afirmando que as crianças sentiam a falta do pai. Mas os argumentos não comoveram o magistrado, que manteve a decisão da juíza da 5ª Vara Criminal do DF, Ana Cláudia Barreto. O novo recurso foi impetrado ontem pela manhã pelos advogados de Carlinhos Cachoeira, que justificaram o ato alegando que o próprio TRF havia decretado sua liberdade. Mas Bittencourt afirmou que se tratava de casos diferentes. Com a negativa do TJDF, os defensores do empresário de jogos de azar deverão recorrer novamente ao TRF.

Desde a sexta-feira, a defesa de Carlinhos Cachoeira tinha a expectativa de que ele sairia ontem da Penitenciária da Papuda, já que considerava as acusações relacionadas à Operação Saint Michel fracas em relação às da Monte Carlo. "O que era mais relevante foi resolvido", afirmou Dora Cavalcanti, uma das defensoras do bicheiro, que atua no caso com o ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos. "Esse processo é mais simples e a juíza esperava que os demais envolvidos e que estavam presos em Goiânia fossem liberados, o que acabou acontecendo", acrescentou Dora.

Na sexta-feira, o desembargador do TRF, Tourinho Neto, decretou a soltura de Cachoeira da prisão a que respondia pelas investigações referentes à Operação Monte Carlo. Porém, ele foi mantido detido por causa de um mandato expedido pela Justiça do Distrito Federal relativo à Operação Saint-Michel. O magistrado também determinou a soltura de José Olímpio Queiroga Neto, apontado como o responsável pelas máquinas de caça-níqueis instaladas no Entorno de Brasília e considerado braço direito do bicheiro. Além dele, o TRF liberou Lenine Araújo de Souza, que é apontado pelas apurações da Polícia Federal como contador do esquema de Carlinhos Cachoeira.

A Justiça de Goiás determinou a soltura do ex-vereador e ex-presidente da Câmara de Goiânia Wladmir Garcez, que, segundo a PF, era o operador político do grupo e fazia a intermediação de Cachoeira com autoridades. Ele também teria sido o responsável pela compra de uma casa do governador goiano Marconi Perillo a mando do bicheiro, em julho do ano passado. Garcez estava detido desde 25 de abril, acusado de tráfico de influência. Ele também é um dos investigados da Operação Monte Carlo, mas na ocasião não chegou a ser capturado pela Polícia Federal. Já Cachoeira foi preso em 29 de fevereiro e, inicialmente, foi transferido para o Presídio Federal de Mossoró (RN) e poucos depois foi removido para a Papuda, onde ficou em uma cela dedicada a presidiários da União.

Paulinho vai às urnas

O PDT oficializou ontem a pré-candidatura do deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, à prefeitura de São Paulo. Na convenção do partido, Paulinho afirmou que vai descentralizar a administração da capital, que o diferenciaria dos outros dois pré-candidatos já escolhidos: José Serra (PSDB) e Fernando Haddad (PT). Paulinho terá como vice o médico do Cortinthians Joaquim Gravas.