Título: Fusão na Espanha
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Fonte: Correio Braziliense, 27/06/2012, Economia, p. 13
Barcelona e Madri – Os acionistas do banco catalão CaixaBank aprovaram ontem em assembleia a absorção do Banca Cívica, anunciada em março, uma operação de 977 milhões de euros que coloca a instituição na liderança do mercado espanhol, à frente do BBVA e do Santander. Com a aquisição do concorrente, o banco passa a ter mais de 13 milhões de clientes e ativos de 342 bilhões de euros, dos quais 231 bilhões em operações de crédito.
"A integração do Banca Cívica não requer ajuda pública nem terá nenhum custo para o resto do setor financeiro", informou o Caixa Bank em um comunicado. Na segunda-feira, a Espanha formalizou o pedido de ajuda financeira a seus sócios da Zona do Euro . A linha de crédito, que já havia sido prometida no início do mês, vai até 100 bilhões de euros, mas, segundo o governo espanhol, a recapitalização será de, no máximo, 62 bilhões de euros. Seja como for, o socorro, cujo montante exato será anunciado em 9 de julho, vai exigir uma reforma estrutural de todo o sistema financeiro, conforme admitiu ontem o ministro da Economia, Luís de Guindos.
Uma das questões que serão debatidas é o estabelecimento de "bancos podres" para abrigar os calotes monumentais do setor imobiliário. Os bancos espanhóis carregam 184 bilhões de euros de ativos imobiliários considerados problemáticos, situação que aumenta a desconfiança dos analistas na economia do país. Ontem, o Tesouro espanhol teve que aumentar os juros pagos a investidores para captar pouco mais de 3 bilhões de euros. Nos vencimentos de três meses, a taxa foi de 2,362% ao ano, quase três vezes maior do que a paga na última emissão de obrigações similares, em 22 de maio. Nos papéis de seis meses, a taxa passou de 1,737% para 3,237%.
Novo ministro na Grécia A coalizão governamental da Grécia nomeou o economista Yannis Stournaras como novo ministro das Finanças do país, informou ontem o gabinete do primeiro-ministro "O primeiro-ministro Antonis Samaras decidiu nomear o professor de economia da Universidade de Atenas e diretor do (instituto de pesquisa) Iobe Yannis Stournaras como ministro das Finanças", informou o comunicado. O banqueiro Vassilis Rapanos renunciou anteontem ao posto, alegando problemas de saúde. Stournaras tem pela frente o duro desafio de convencer os parceiros da Zona do Euro a tornar mais leves as medidas de austeridade exigidas em troca do resgate de 130 bilhões de euros, aprovado sob condições pela União Europeia e o Fundo Monetário Internacional (FMI).