Título: Oposição à míngua no Recife
Autor: de Tarso Lyra, Paulo
Fonte: Correio Braziliense, 28/06/2012, Política, p. 8

A oposição ao governo de Pernambuco praticamente desapareceu após a decisão do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) de apoiar o candidato do governador Eduardo Campos (PSB), o ex-secretário de Desenvolvimento Geraldo Júlio. PSDB e DEM não se afinaram e a possibilidade de que ambos saiam com candidatos próprios, sem chances de vitória, é enorme. Os tucanos devem lançar o deputado estadual Daniel Coelho, e os demistas, o ex-governador Mendonça Filho.

O passado entre ambos é bem distinto. Mendonça Filho é deputado federal reeleito e uma das principais lideranças do DEM no estado. Já Daniel Coelho é um deputado da nova geração e jamais concorreu na esfera federal ou a uma eleição majoritária — prefeito, por exemplo.

O futuro distancia ainda mais os dois. O PSDB tem condições de eleger quatro deputados federais e tem chances concretas de vitória em sete municípios da região metropolitana do Recife e em outras seis cidades estratégicas do interior, entre elas Garanhuns, terra natal do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Já o DEM, na análise dos tucanos, terá extremas dificuldades em reeleger seus dois deputados federais, mingua no estado e tem poucas chances de alavancar a candidatura de Mendonça Filho. “Nem o discurso anti-PT eles têm mais. Esse discurso agora está com o candidato do governador Eduardo Campos”, lamentou um integrante da cúpula do PSDB de Pernambuco.

O presidente nacional do DEM, José Agripino Maia (RN), e o candidato do partido à prefeitura de Salvador, deputado Antônio Carlos Magalhães Neto, ainda tentam convencer o presidente nacional do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE), a manter o que resta da oposição pernambucana unida.

PPS O terceiro elemento é o PPS, que tem como pré-candidato o ex-deputado Raul Jungmann. A exemplo de tucanos e demistas, Jungmann também se surpreendeu com a decisão de Jarbas Vasconcelos, que matou os planos da oposição. Apesar de Mendonça Filho estar à frente entre os candidatos de oposição nas últimas pesquisas, havia um acordo quase tácito de que a aliança se daria em torno do pré-candidato do PMDB, Raul Henry — que deixou a disputa. “Ainda não sei o que faremos. Mas, se mantivermos a candidatura, com certeza estaremos ao lado do governador Eduardo Campos no segundo turno”, disse Jungmann ao Correio.