Título: Estabilidade em risco
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Fonte: Correio Braziliense, 28/06/2012, Economia, p. 16

Santander, Espanha — Dentro de uma grande rede, qualquer movimento desastroso de países europeus arrastaria latino-americanos. A vice-presidente do governo espanhol, Soraya Sáenz, disse que a estabilidade de nações como o Brasil está vinculada à saída da crise financeira de integrantes da Zona do Euro. "As projeções de crescimento da América Latina dependem da evolução da economia dos Estados Unidos e da Europa", afirmou Soraya, durante entrevista a repórteres latino-americanos em Santander, a 470km de Madri. "A crise financeira é um fenômeno global", considerou a vice-presidente espanhola.

Soraya tentou mostrar que a Espanha tem feito um "esforço reformista inédito" para sair da crise. O principal ponto, segundo autoridades, é uma mudança já aprovada nas regras trabalhistas. "Tentamos diminuir a diferença entre os contratos fixos e temporários e, assim, estimular as contratações", disse ela.

Para a vice-presidente, a Espanha é o maior parceiro da América Latina na Europa por conta do idioma e as semelhanças culturais. "Estamos falando de 600 milhões de pessoas vinculadas historicamente. A Espanha é um ponto de comunicação neste mercado para os países latinos." A entrevista foi concedida durante o XI Encontro Santander América Latina, na Universidade Menéndez Pelayo, localizada na cidade de Santander. Entre os participantes do evento estava o presidente do Sebrae, Luiz Barretto, que apontou a força consumidora da nova classe média brasileira — cerca de 30 milhões de pessoas — como um dos motivos do otimismo para a continuidade do crescimento do país.

O repórter viajou a convite do Grupo Santander