Título: UE: pacto para crescer
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Fonte: Correio Braziliense, 28/06/2012, Economia, p. 17
A primeira-ministra alemã, Angela Merkel, disse ontem que a situação da Europa "é grave", mas mostrou disposição em rever suas posições pró-austeridade em favor do crescimento dos países da Zona do Euro. Merkel participou no Palácio do Eliseu, em Paris, de encontro prévio da cúpula dos líderes da União Europeia, que termina hoje, em Bruxelas. O presidente françês, François Hollande, tem defendido o apoio das autoridades do bloco ao crescimento e a criação de eurobônus para dar sustentação financeira a países do bloco em dificuldade. "Precisamos de uma Europa que funcione efetivamente, os mercados esperam isso, e uma Europa onde os países ajudem uns aos outros", afirmou Merkel, deixando de lado declarações austeras, mas reafirmando ser contrária ao lançamento de eurobônus. A reunião será decisiva.
O primeiro-ministro italiano, Mario Monti, também conquistou uma suada vitória para a sua reforma trabalhista ontem, reforçando a sua situação para a cúpula da União Europeia, onde pedirá mais políticas de crescimento e um mecanismo para conter os custos de empréstimo. O mesmo deve fazer o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy,. Hollande, Rajoy e Monti já vinham defendendo medidas para o crescimento, a surpresa portanto foi Merkel.
Os mercados responderam com a elevação das ações europeias, com impacto no mercado norte-americano impulsionado também pela recuperação de indicadores do setor imobiliário. Com isso, os pregões da Europa e dos Estados Unidos fecharam em ligeira alta. Hollande está convencido de que os países da região darão uma mensagem positiva hoje ao fim do encontro.
» Classe econômica
O presidente da Grécia, Karolos Papoulias, de 83 anos, e os integrantes do gabinete seguiram ontem de Atenas para Bruxelas em classe econômica e em voo regular da Aegean Airlines. Papoulias participa da reunião de cúpula da União Europeia (UE) que termina hoje e que pode selar o destino da Grécia. O mandatário grego já havia aberto mão de seu salário de 280 mil euros (US$ 350 mil dólares) — uma resposta à indignação pública sobre o privilégio e o desperdício enquanto gregos comuns carregam o fardo de cortes rígidos exigidos pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e a UE em troca de resgate.