Título: Laços mais fortes na UE
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Fonte: Correio Braziliense, 22/06/2012, Economia, p. 13

O destino dos bancos da União Europeia (UE), que lutam para superar a crise da dívida, ficará no centro das atenções hoje, quando ministros do bloco se voltarão para a questão de formar uma união bancária, passo crucial para apoiar credores em dificuldade e o euro. Apesar de os 17 países da Zona do Euro compartilharem a mesma moeda, seus governos estabelecem suas próprias direções econômicas e foram deixados sozinhos para resolver seus próprios problemas bancários.

Embora isso deva levar anos para ser colocado em prática, eles esperam que, ao pôr isso em curso, os investidores serão tranquilizados sobre o futuro do euro. Estabelecer uma união bancária — com uma supervisão única para os grandes bancos, um fundo para ajudar credores internacionais em dificuldade e um esquema de garantia de depósito comum para proteger os depositantes — será a primeira ação nessa direção.

O comissário para Assuntos Econômicos e Monetários da União Europeia, Olli Rehn, adiantou, porém, que o resgate à Espanha deve ser aprovado em 9 de julho. Ele disse ainda que o Fundo Europeu de Estabilização Financeira (EFSF, na sigla em inglês) fornecerá o crédito ao país até a entrada em vigor do Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira (ESM).

Olli Rehn está convencido de que, ao estancar a crise bancária espanhola, a região poderá voltar à normalidade, já que a Grécia também caminha para um acordo e tem um governo disposto a adotar medidas em troca do resgate.

FMI O governo da Zona do Euro deve mover-se na direção de uma união fiscal, reforçou ontem a diretora gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, após reunião prévia com ministros das Finanças dos países que têm o euro como moeda oficial. "O FMI acredita que uma ação determinada e forte em direção a uma união monetária completa na Europa deve ser reafirmada para restaurar a fé no sistema porque, neste momento, a viabilidade do sistema monetário europeu é questionada", disse Lagarde reforçando a entrevista de Olli Rehn. No encontro, os ministros decidiram que é preciso iniciar a discussão em torno da união bancária e fiscal.