Título: Pedras no tabuleiro
Autor: de Tarso Lyra, Paulo
Fonte: Correio Braziliense, 01/07/2012, política, p. 3

A largada para a eleição à prefeitura de São Paulo foi dada oficialmente ontem, com o término de todas as convençoes partidárias e a decisão do tucano José Serra de optar por Alexandre Schneider (PSD) como vice na chapa. Dispostas as pedras no tabuleiro, é hora de ver quem tem fôlego até outubro.

Como era de se esperar, PSDB e PSD formalizaram a aliança que concede a José Serra o maior tempo no horário eleitoral gratuito. O tucano terá espaço para apresentar suas proposta, mas terá contra si o alto índice de rejeição que carrega e a avaliação negativa do prefeito Gilberto Kassab, mentor político de Schneider.

Ferrnando Haddad (PT), ao contrário, luta desesperadamente para ser conhecido. Escolheu como vice a ex-secretária municipal de Esportes Nádia Campeão (PCdoB), após o frustrado divórcio com o PSB de Luiza Erundina. Obteve um alento na penúltima pesquisa de intenção de voto, subindo de 3% para 8%, mas caiu para 6%. Entretanto, conta com o apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na campanha, um aliado de peso.

Lula prometeu "morder a canela dos adversários", mas recentes levantamentos a-pontam que caiu para 33% o percentual de eleitores que votariam no nome indicado pelo ex-presidente. Esse índice já foi de 49% em janeiro. Além disso, Haddad terá que explicar por que o PT escolheu como aliado Paulo Maluf (PP), a quem chamava de ladrão em um passado não muito distante.

Correndo por fora, surgem Celso Russomanno (PRB) e Gabriel Chalita (PMDB). O primeiro, amparado pela força do voto evangélico, da TV Record e dos programas em defesa dos direitos do consumidor. O segundo, um rosto novo, identificado com a Igreja Católica e os professores da rede pública paulistana. (PTL)