Título: Mandingas e reza em SP
Autor: Mascarenhas, Gabriel
Fonte: Correio Braziliense, 09/07/2012, Política, p. 2/3
O terceiro dia oficial de campanha para a prefeitura de São Paulo foi marcado pelo corpo a corpo, com direito a pedidos de bênção e até simpatias em troca de sorte. José Serra (PSDB) aproveitou o domingo para repetir a superstição de pedir sucesso segundo a tradição japonesa, no centro da cidade. Já Gabriel Chalita (PMDB) e Fernando Haddad (PT) marcaram presença na 21ª Festa das Nações, na zona leste — o peemedebista ainda aproveitou para ir à missa.
Assim como fez em 2004 e 2006, Serra foi ao Festival de Estrelas, o Tanabata Matsuri, na Liberdade. Lá, vestiu uimono e caminhou pelo festival. Como manda a tradição, Serra escreveu o Tanzaku — pequenos bilhetes onde as pessoas escrevem seus desejos e prendem em bambus. Com uma fita vermelha, que na tradição nipônica significa paixão, ele prendeu o bilhete, em que escreveu "Paixão por São Paulo, José Serra".
No passeio, Serra explicou que, embora tente fazer uma campanha limpa, é inevitável se livrar das propagandas escritas. "Panfleto não é pichar parede e haverá porque é inevitável. Terão folhetos dizendo o que fez ou deixou de fazer. É um veículo bastante justificável". Em seguida, no entanto, ele disse que é a favor do grafite, desde que feito em locais especiais.
No mesmo dia em que pediu sorte, ele e o partido foram penalizados em R$ 100 mil pela Justiça Eleitoral por propaganda antecipada. O partido teria promovido Serra em inserções de rádio e tevê ao convidar militantes para a convenção que oficializou a candidatura .
Críticas à saúde O petista Fernando Haddad passeou pelas barracas típicas de 14 países da Festa das Nações, organizada pelo Lar Vicentino. Acompanhado da esposa, Ana Estela, e da vice da chapa, Nádia Campeão (PCdoB), ele criticou novamente a gestão do prefeito Gilberto Kassab (PSD) e o trabalho do candidato tucano na área da saúde. "O maior problema da cidade, sem sombra de dúvidas, é a saúde. É a área em que nosso adversário (Serra) disse que ia resolver e não resolveu", afirmou após ouvir reclamações dos moradores com relação ao tema.
Antes de marcar presença na festa, Gabriel Chalita participou da sua segunda missa em três dias. O ato será repetido rotineiramente pelo candidato. "Vou à missa sempre e não só na campanha. Nunca neguei ser um católico praticante", disse.