O globo, n. 31139, 08/11/2018. Rio, p. 16
Witzel pede a Temer que intervenção seja mantida
Karla Gamba
08/11/2018
Governador eleito reivindica permanência dos militares no estado e propõe Garantia da Lei e da Ordem como alternativa
O governador eleito Wilson Witzel (PSC) pediu ontem ao presidente Michel Temer que a intervenção federal na segurança pública do Rio continue até o fim de dezembro. O prazo está previsto em um decreto assinado pelo próprio presidente em fevereiro deste ano. Witzel fez a solicitação porque, se o Congresso tiver que votar alguma emenda constitucional, a lei determina a suspensão da intervenção.
O encontro aconteceu no Palácio do Planalto, logo após Temer receber o presidente eleito Jair Bolsonaro. Segundo Witzel, Temer sinalizou que não deve haver mais votações de Propostas de Emenda Constitucional (PECs) este ano. Isso significa que a reforma da previdência pode não sair em 2018, o que vai na contramão do que tem dito Bolsonaro e o futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, que pretendem vê-la aprovada até dezembro.
— Eu vim defender a necessidade de os recursos (da intervenção) serem passados e a manutenção dos militares. O que ele me disse é que a conversa com Jair Bolsonaro era no sentido de aprovar normas infraconstitucionais (novas leis ),e não PECs — afirmou o governador eleito.
Reunião com Pezão
Witzel disse que sugeriu ao presidente uma solução para o caso de a intervenção ser suspensa por conta da reforma da previdência: a proposta do governador eleito é manter os militares no Rio por meio da Garantia da Lei e da Ordem (GLO), decretada pela Presidência da República quando há o esgotamento das forças estaduais de segurança pública.
— Se for votar a previdência, minha sugestão seria manter os militares através da GLO para não dificultar, para que o estado não perca essa verba. Essa é a minha opinião. Na sexta-feira, terei uma reunião com o governador Luiz Fernando Pezão e vou apresentar essa solução — adiantou Witzel, que não descartou a possibilidade de reivindicar a permanência da intervenção federal na segurança do estado em 2019.
O governador eleito, no entanto, disse que o tema deverá ser tratado posteriormente com Bolsonaro.
—Eu espero que seja até dezembro (a intervenção), me parece que é o mais adequado, o mais razoável. Dessa forma, para o ano que vem, nós vamos nos posicionar com o presidente Jair Bolsonaro —concluiu Witzel.