Título: Haddad pede alternância em São Paulo
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Fonte: Correio Braziliense, 08/07/2012, Política, p. 8

No primeiro fim de semana de campanha, o petista critica Serra e a gestão de Kassab - também alvo de Gabriel Chalita. O tucano postou mensagens no Twitter

Dada a largada oficial, os candidatos a prefeito em São Paulo já cumprem agenda extensa na busca por votos para a eleição de outubro. Com o início da campanha, os ataques foram reforçados. Ontem, no segundo dia de campanha, o petista Fernando Haddad esteve no Itaim Paulista, bairro da Zona Leste da capital, onde participou de uma plenária em apoio à reeleição do vereador Zelão. Em seu discurso, voltou a criticar o candidato tucano José Serra e a atual gestão de Gilberto Kassab, lembrando que a alternância no poder é uma regra da democracia — mesmo com o PT há quase 10 anos no comando do Palácio do Planalto.

Na sexta-feira, Serra sugeriu que uma vitória do PT na cidade daria ao partido a hegemonia no cenário político nacional. Em seu discurso ontem para mais de 100 militantes petistas, Haddad afirmou que Serra tentou "assustar a população" ao dizer que o futuro da democracia brasileira está em jogo na eleição paulistana. O candidato também chamou atenção para a parceria Serra e Kassab, citando os baixos índices da atual gestão municipal. "O Serra quer dar continuidade à gestão do Kassab, mas 80% das pessoas já disseram que não querem. O Serra quer brigar com a maioria", afirmou.

Ainda mirando em Kassab e Serra, o petista acusou o atual prefeito de cuidar apenas de seu recém-criado partido e trabalhar somente meio período pela cidade. Haddad também aproveitou a oportunidade para lembrar que Serra deixou a administração municipal com menos de dois anos de mandato para disputar a eleição para governador de São Paulo.

Ao lado de Haddad durante a plenária, o deputado federal Jilmar Tatto (PT-SP) aproveitou para defender a polêmica aliança com o ex-prefeito Paulo Maluf (PP-SP). Evitando pronunciar o nome do político, ele justificou a união afirmando que essa foi a forma encontrada para garantir mais tempo de propaganda eleitoral gratuita no rádio e na tevê, já que Haddad ainda é pouco conhecido pela população.

O parlamentar argumentou que o acordo com o PP não vai interferir no conteúdo programático da campanha do ex-ministro da Educação: "O tom de nosso projeto de governo será tocado pelo PT e pelo candidato Fernando Haddad". Tatto disse, ainda, que depois de perder o apoio do PR — que fechou aliança com o tucano —, o PT teve de buscar outras alternativas, como o PP.

"Cidade invisível" O candidato do PMDB, deputado federal Gabriel Chalita, também tirou o sábado para fazer campanha. O político visitou bairros da Zona Sul paulistana. Durante a visita, o peemedebista fez comentários em seu perfil no Twitter, criticando que a região tem se tornado uma "cidade invisível", repleta de problemas. "Crianças sem vagas nas creches, atendimento precário na saúde, alta taxa de homicídio de jovens. Nenhum centro cultural nem esportivo", relatou.

Enquanto isso, o tucano José Serra preferiu a reclusão. O candidato se manifestou algumas vezes em seu perfil no microblog Twitter, mas não fez menção a campanha. Em uma das atualizações, ele lamentou a morte do ex-governador da Paraíba Ronaldo Cunha Lima, pai do senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB). "Senador Cássio, receba minha solidariedade e meu abraço", publicou.