Título: Paes arrasta secretários e senadores
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Fonte: Correio Braziliense, 08/07/2012, Política, p. 9

No Rio de Janeiro, candidato à reeleição pede votos em Madureira escoltado por senadores e secretários. Cesar Maia e Marcelo Freixo fazem corpo a corpo em Campo Grande

Dono do orçamento mais robusto para a campanha à prefeitura do Rio de Janeiro, o atual prefeito e candidato a reeleição, Eduardo Paes (PMDB), começou ontem o corpo a corpo de sua campanha. A primeira parada foi no bairro de Madureira, na Zona Norte da cidade. O passeio foi acompanhado pelos senadores Lindbergh Farias (PT), Francisco Dornelles (PP), por secretários municipais e estaduais, incluindo o de Habitação, Jorge Bittar.

O maior aliado do prefeito, o governador Sérgio Cabral (PMDB), porém, não esteve presente. Paes afirmou que ele já está participando ativamente da campanha e que trará como marca para este período que antecede as eleições a parceria entre as duas esferas de poder público. "Não vamos fazer da prefeitura uma trincheira de luta política", declarou. Antes do corpo a corpo, Paes foi, acompanhado da esposa, dos filhos e de apoiadores políticos, como secretários municipais e estaduais, à missa na Igreja de São Jorge, em Quintino, na Zona Norte.

Durante o percurso, o candidato se esquivou das perguntas com relação à estimativa de R$ 25 milhões para a campanha. O valor é R$ 2 milhões maior do que a soma que os outro quatro principais candidatos planejam gastar.

Na Zona Oeste carioca, Rodrigo Maia (DEM), outro candidato à prefeitura, pegou carona nas realizações de seu pai e, acompanhado de sua vice, Clarissa Garotinho (PR), fez um passeio pelas principais construções de Cesar Maia em Bangu. O ex-prefeito inaugurou escadas rolantes e elevador no bairro à época em que esteve no comando do município. De acordo com o candidato, as principais reclamações na região se referem à saúde e ao transporte. Na sua opinião, a saúde está um caos, faltam médicos e a carência de um metrô na região faz com que as pessoas fiquem reféns dos ônibus. Rodrigo e Clarissa, que começaram a campanha em Campo Grande, aproveitaram o passeio para reafirmar o compromisso com os moradores da região.

Sob proteção O candidato do PSol, Marcelo Freixo, também visitou a região ontem. O primeiro passeio oficial do foi por Campo Grande, bairro onde foi ameaçado de morte após liderar a CPI das Milícias e descobrir que a região estava dominada politicamente e territorialmente por milicianos. Freixo fez todo o trajeto acompanhado de uma escolta particular e de um grupo de militantes. Quatro patrulhas da Polícia Militar, com duas motocicletas e cerca de 20 agentes se uniram à escolta particular do candidato. Em entrevista à imprensa, Freixo contou que continua recebendo ameaças e pediu ao Tribunal Regional Eleitoral que lhe garanta o direito de fazer campanha em qualquer zona da cidade.

Desde ontem, os candidatos que ocupam cargos públicos estão na mira do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O uso da máquina pública pode resultar na cassação do registro de candidatura ou em uma multa de até R$ 106 mil. Na noite de sexta-feira, Freixo criticou Paes por ter participado de inaugurações de obras públicas ao lado da presidente Dilma Rousseff. "Foi um abuso inaceitável, usar a máquina pública na campanha. Eu lamento que o prefeito tenha convidado a presidente, mas lamento mais ainda a Dilma ter aceitado este convite", disse.