Título: Ministério Público questiona gestão
Autor: Jeronimo, Josie
Fonte: Correio Braziliense, 08/07/2012, Cidades, p. 28/29

Oposto à pequena Vila Propício, parada no tempo e dependente da cidade de Goianésia para sobreviver, o município de Luziânia, com 174 mil habitantes, se transformou em um canteiro de obras nos últimos meses. O mandato de Célio Antônio da Silveira (PSDB), no entanto, sofre graves questionamentos por parte do Ministério Público. Somente este ano, nove ações foram ajuizadas, questionando os gastos da prefeitura em obras com licitações suspeitas. Célio também teve o patrimônio ampliado. Antes de assumir o primeiro mandato na prefeitura, em 2002, ele declarava ter uma casa avaliada em R$ 47 mil, dois carros nacionais e um terreno.

No decorrer dos anos, o prefeito fez investimentos em ações de empresas de saúde e das quatro firmas que tem participação, três receberam recursos do município. A maior delas, o Hospital Santa Luzia, ganhou em repasses diretos da administração pelo menos R$ 179 mil durante a gestão de Célio. O hospital também é conveniado com o Ipasluz, instituição responsável pela previdência e assistência de saúde dos servidores de Luziânia. No lugar do Golf e do Santana que tinha em 2002, agora, ele tem registrados em seu CPF um Audi modelo 2010 e um Toyota Corolla 2012. No terreno onde ficava a casa da mãe do prefeito, um edifício de 10 andares de apartamentos residenciais está sendo concluído. O prédio é apontado como propriedade de Célio, mas não está em seu nome, segundo registros cartoriais. De acordo com a assessoria do prefeito, ele "não é o responsável pela obra e adquiriu uma unidade (dos imóveis do prédio) conforme declarado à Receita Federal". A assessoria também informa que o Ipasluz não tem convênio direto com o Santa Luzia, mas com a Unimed, por meio de plano de saúde. "Os serviços prestados aos usuários e dependentes inscritos no Ipasluz são decorrentes de demanda voluntária, não havendo encaminhamento ou direcionamento em favor de qualquer prestador de serviços médicos", responde a assessoria de Célio. (JJ)