Título: Disputa apertada em BH
Autor: Souto, Isabella
Fonte: Correio Braziliense, 11/07/2012, Política, p. 5

Belo Horizonte — A disputa começou apertada em Belo Horizonte. Cinco dias depois do início da campanha pelo comando da capital mineira, o prefeito Marcio Lacerda (PSB) e o ex-ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome Patrus Ananias (PT) aparecem na primeira rodada da pesquisa realizada pelo Instituto EMData com 34% e 29% das intenções de voto, respectivamente. A polarização, segundo os responsáveis pelo levantamento, pode ser explicada por dois fatores: ambos são bem conhecidos e aprovados pelos belo-horizontinos e até 30 de junho a expectativa era que seus partidos disputassem juntos as eleições de outubro. Na modalidade espontânea, em que os nomes não são apresentados ao eleitor, os números foram 13% e 12%.

O levantamento foi realizado entre domingo e ontem, com 600 eleitores, e tem margem de erro de 4%, para mais ou para menos. Considerando a margem de erro na estimulada, o prefeito teria entre 30% e 38% e Patrus, entre 25% e 34%.Os demais cinco candidatos a prefeito estão bem abaixo na preferência do eleitorado: Vanessa Portugal (PSTU) foi apontada por 3% dos entrevistados, Maria da Conceição (PSol), Pedro Paulo (PCO), Alfredo Flister (PHS) e Tadeu Martins (PPL) receberam cada um 1% das indicações de voto. O índice de indecisos e de quem vai anular o voto ou votar em branco soma 30%.

O equilíbrio entre Marcio Lacerda e Patrus Ananias se mantém até no índice de conhecimento dos candidatos: ambos são bem conhecidos por exatos 43% dos entrevistados. Entre aqueles que conhecem mais ou menos, o índice foi de 42% e 36%, respectivamente. Nunca ouviram falar do atual prefeito 1% daqueles que responderam ao questionário, enquanto 3% não sabem quem é o ex-ministro. O mesmo empate é verificado quando a pergunta se tratou do grau de aceitação dos candidatos: 38% elegeram um deles como o único em que votariam — 19% para cada um. O eleitor de Lacerda, no entanto, tende a ser mais fiel, pois 38% admitiram que poderiam escolher outro nome, seis pontos percentuais abaixo dos 44% que indicaram a preferência pelo petista, mas com disposição para votar em outro. Já no quesito rejeição, Patrus levou a melhor: é reprovado por 24% dos entrevistados, enquanto 32% afirmaram que não votariam pela reeleição do socialista. "Talvez por estar na prefeitura, a rejeição do Lacerda é maior que a do Patrus, o que é normal", afirma o cientista político Adriano Cerqueira, coordenador do Instituto EMData.

Cerqueira lembra ainda que 45% dos entrevistados querem a continuidade da atual administração, 10 pontos percentuais acima dos 35% que pretendem votar no candidato de oposição. A participação do PT na atual administração pode acabar confundido o eleitor. Em 2008, as duas legendas se aliaram e o PT indicou Roberto Carvalho para vice-prefeito. "Com esse histórico de aliança, um pode acabar perdendo voto para o outro", analisa Adriano Cerqueira. A pesquisa mostra um ponto positivo para Patrus: a filiação ao partido apontado como o preferido de 25% dos entrevistados, o PT. Já Lacerda conta com o fato de ser o nome que representa oficialmente a continuidade e ainda tem a gestão aprovada por 63% dos eleitores.

Público feminino

A preferência dos candidatos entre homens é a mesma, 34% para cada, mas Lacerda leva vantagem em relação às mulheres: 34% das eleitoras estão dispostas a votar nele, enquanto 26% escolheram o petista. Por faixa etária, Lacerda tem mais aceitação entre os que estão na faixa etária entre 35 e 44 anos (39%) e menor entre aqueles com mais de 60 anos (26%). Esse último grupo é justamente aquele em que Patrus recebeu o maior índice de aprovação, 35%. Na outra ponta, tem o menor percentual de votos entre jovens de 16 a 24 anos (17%). Segundo Adriano Cerqueira, o que pode explicar em parte esse número é o desconhecimento. Quando administrou a capital (entre 1993 e 1996), esses eleitores ainda eram crianças. A pesquisa do Instituto EMData — que completa 10 anos em 2012 — foi registrada no Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) com o número MG00136/2012 e contou com a consultoria técnica da empresa Giga Consultoria Ltda.