Correio braziliense, n. 20246 , 26/10/2018. Cidades, p. 19

 

Bolsonaro e Ibaneis têm a preferência dos eleitos

Ana Viriato, Helena Mader, Jéssica Eufrásio e Pedro Grigori 

26/10/2018

 

 

O posicionamento no segundo turno das bancadas parlamentares recém-eleitas pelo Distrito Federal reflete os resultados das pesquisas de intenção de voto realizadas na capital. A maior parte dos 34 deputados distritais, federais e senadores eleitos em 7 de outubro apoiará o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) e o candidato do MDB ao Palácio do Buriti, Ibaneis Rocha (veja Voto a voto). Conforme levantamento divulgado pelo Correio Braziliense nesta semana, os dois lideram as corridas eleitorais com folga na capital federal — o capitão da reserva tem 74,6% dos votos válidos dos brasilienses, e o emedebista, 75,6%.

Na Câmara dos Deputados, quatro dos oito parlamentares declararam voto em Bolsonaro. Afilhada política do presidenciável, Bia Kicis (PRP) alegou que o apoio se deve ao fato de o deputado federal defender “os valores da família, da segurança, da liberdade e da honestidade que vão resgatar o país”. Integrante de um partido nanico, a advogada estreou nas urnas com 86.415 votos e elegeu-se graças à onda provocada pelo candidato. Adotam a mesma posição Celina Leão (PP), Júlio Cesar (PRB) e Luis Miranda (DEM).

Os deputados federais eleitos Israel Batista (PV) e Erika Kokay (PT) defendem a candidatura do ex-ministro da Educação Fernando Haddad (PT) ao Palácio do Planalto. “Tenho respeito pela democracia. Por isso, ele é a única opção”, disse a petista. A três dias das eleições, Paula Belmonte (PPS) permanece indecisa. Parlamentar de melhor desempenho no DF, com 121.340 votos, e mulher do ex-governador José Roberto Arruda (PR), a empresária Flávia Arruda (PR) não retornou as ligações da reportagem.

Eleito senador pelo PSDB, o deputado federal Izalci Lucas alegou que dará suporte ao capitão da reserva para quebrar a hegemonia petista. “O meu voto é Bolsonaro, porque lutei muito para tirar o PT do governo. Vou ajudá-lo no Congresso Nacional”, pontuou o parlamentar, que votou de forma favorável ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Leila do Vôlei (PSB) não declarou apoio para nenhum presidenciável.

 

Apoio local

Dos 24 parlamentares recém-eleitos para a Câmara Legislativa, 12 adiantaram que darão suporte a Jair Bolsonaro. Entre eles, está o estreante Martins Machado (PRB), pastor da Igreja Universal do Reino de Deus e distrital mais votado — 29.457 ao todo. “A meu ver, Bolsonaro é a renovação que o Brasil precisa. Identifico-me com ele, pois, assim como eu, defende a família e os valores dela”, justificou.

Apesar da posição nacional do PSB de apoio a Fernando Haddad, os dois distritais emplacados pela legenda no DF — Roosevelt Vilela e José Gomes — escolheram o capitão da reserva. “O discurso dele aborda temas dos quais os outros fogem. Bolsonaro enfrenta polêmicas e é coerente. Além disso, como eu, é militar e preza pela honestidade e respeito ao erário”, pontuou Roosevelt.

No Legislativo local, cinco parlamentares decidiram pelo voto no presidenciável petista. Os distritais integram partidos que participam da Frente Ampla pela Democracia, em defesa da candidatura dele. “Voto em Haddad contra o autoritarismo e contra o crescimento das ideias violentas e conservadoras”, argumento Fábio Félix (PSol), primeiro ativista LGBTI eleito para a Casa.