Título: Investigação em Minas Gerais
Autor: Mader, Helena
Fonte: Correio Braziliense, 12/07/2012, Brasil, p. 11

Belo Horizonte — O esquema de venda de adoções falsas para facilitar a conquista da cidadania estrangeira em países europeus, denunciado pelo Correio em série de reportagens desde o último dia 2, não se restringe apenas ao estado de Goiás. A fraude também foi registrada em Minas Gerais, onde começou a ser apurada há cinco anos. Em 2007, foi investigado pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal de Uberlândia um caso de "venda de nacionalidade" de adulto, envolvendo três pessoas. O processo foi encaminhado à Justiça Federal, que entendeu que a questão era de competência da Justiça Estadual. Segundo o Cartório Distribuidor do Fórum de Uberlândia, o processo ainda se encontra em tramitação na Sexta Vara Cível da cidade.

De acordo com o procurador da República em Uberlândia, Cleber Eustáquio Neves, em 2007, foi instaurado pela Polícia Federal na cidade um inquérito para investigar "as possíveis ocorrências de adoções irregulares de brasileiros maiores por pessoas estrangeiras ou de ascendência estrangeira, com o objetivo de permitir a entrada legal dos adotandos em países europeus". Foram investigados Julio César Borges, Pedro Falbo e Zózimo da Costa Bicalho. Eles teriam utilizado declarações falsas em um processo de adoção na Justiça comum. Por isso, foram autuados por falsidade ideológica, sendo pedido o imediato cancelamento da ação.

Em setembro de 2008, o procurador Cleber Eustáquio Neves, solicitou ao então juiz da Terceira Vara da Justiça Federal de Uberlândia, Henrique Gouvêa da Cunha, que o processo fosse transferido para a Justiça Estadual. A ação foi encaminhada para a Sexta Vara Cível, onde ainda está em andamento. O juiz responsável, César Aparecido de Oliveira, não informou detalhes sobre o processo. O procurador Cleber Neves não se lembra de detalhes. Disse não recordar quais eram os valores envolvidos na "venda de nacionalidade" e para qual país seria o destino dos "adotados" adultos. "Realmente, passou algum tempo e não dá para lembrar de todas essas coisas", alegou.