Título: EUA debatem impostos
Autor:
Fonte: Correio Braziliense, 10/07/2012, Economia, p. 12
Washington — O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu ontem uma prorrogação de 12 meses das reduções tributárias que beneficiam famílias que ganham menos de US$ 250 mil por ano. Os cortes, estabelecidos durante a administração do ex-presidente George W. Bush, terminam em 12 de dezembro.
É improvável que a proposta influencie a maioria republicana no Congresso, que argumenta que a redução de impostos deveria ser estendida para todos os contribuintes. Com a declaração, contudo, o presidente tenta encurralar seus adversários e reforçar sua imagem de ser um defensor da classe média, faltando quatro meses para as eleições presidenciais.
"Não vamos manter a maioria dos americanos e a nossa economia reféns enquanto debatemos os méritos de outra redução de impostos para os ricos", disse ele, na Casa Branca. Os republicanos dizem que permitir o aumento de impostos para norte-americanos mais ricos iria prejudicar os proprietários de pequenas empresas, que estão ajudando a criar empregos em uma economia em dificuldades. Obama tenta neutralizar esse argumento dizendo que 97% de todos os proprietários de pequenos negócios nos EUA entrariam na faixa de menos de US$ 250 mil de renda anual.
A proposta do presidente norte-americano busca alcançar várias metas políticas. Ela tenta retirar da campanha os dados negativos sobre a criação de empregos, divulgados na semana passada. Procura também redirecionar a discussão sobre como ele vem lidando com a economia para a "justiça fiscal" e a desigualdade nos EUA. Também estabelece uma linha de partida para o que deve ser um debate longo sobre a redução do deficit público do país.
Romney tinha sugerido ao Congresso esperar para agir sobre a questão até janeiro, quando ele espera tomar posse. A proposta "prova mais uma vez que o presidente não faz ideia de como fazer a América voltar a funcionar e ajudar a classe média", disse a porta-voz de Romney, Andrea Saul.
» Crédito aumenta
O crédito ao consumidor nos Estados Unidos teve em maio o maior crescimento em cinco meses, reacendendo as esperanças de que os gastos ajudarão a reanimar a economia. Segundo o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), o crédito ao consumidor aumentou US$ 17,12 bilhões, expansão bem maior que a prevista por economistas. O crédito rotativo, que inclui cartões de crédito, cresceu em R$ 8,01 bilhões. Esse foi o maior ganho desde novembro de 2007, véspera da crise financeira. O crédito não rotativo, que inclui empréstimos para veículos ou estudos, teve aumento de U$ 9,1 bilhões.