Título: País vai se recuperar em 2013
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Fonte: Correio Braziliense, 10/07/2012, Economia, p. 12

OCDE prevê desaceleração acentuada da China, mas aponta para retomada da atividade econômica no Brasil

Paris —Apesar do fraco desempenho do Produto Interno Bruto (PIB, a soma da produção de riquezas) apresentado desde o fim do ano passado, o Brasil é a única grande economia que deverá experimentar recuperação nos próximos meses, de acordo com relatório divulgado ontem pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Segundo a entidade, a maioria das grandes nações industriais continuará mostrando crescimento bastante moderado, enquanto a China e a Índia deverão entrar em um período de desaceleração mais acentuada.

Integrada por 33 países, na sua maioria desenvolvidos, a OCDE utiliza uma série de informações setoriais para construir indicadores sobre a atividade futura dos países. O índice da economia brasileira aumentou de 99, em abril, para 99,2 em maio. No caso da China, segunda maior economia do planeta, o indicador recuou de 99,4 para 99,2, afastando-se da média de longo prazo, definida em 100 pontos. Para a Índia, a medida caiu de 98 para 97,8, também abaixo da média.

O indicador geral para países da OCDE recuou para 100,3 frente a 100,4, um nível consistente com uma previsão de crescimento moderado. O índice para a Zona do Euro ficou estável em 99,6 pelo terceiro mês consecutivo, um patamar que indica desaceleração, segundo a organização. Os Estados Unidos, maior economia do planeta, continuaram em território de crescimento, com uma leitura de 100,9, apesar do número ter ficado abaixo dos 101,1 de abril. O Japão viu seu indicador recuar para 100,7 ante 100,8 no levantamento anterior.

BCE Diante da fraqueza dos dados econômicos na região, o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mário Draghi, afirmou ontem que a instituição está disposta a fazer o que for necessário para dar suporte à economia e aos bancos da Zona do Euro. "O BCE vai manter as linhas de liquidez abertas a todos os bancos solventes", disse Draghi, poucos dias depois de anunciar um corte na taxa de juros básicos para 0,75%, o menor nível histórico, e reduzir para 0% a taxa dos depósitos bancários na região. Em entrevista, Draghi deixou a porta aberta para uma nova rodada de queda dos juros, mas não antecipou que medidas podem ser tomadas.