Título: Mundo crescerá menos, diz FMI
Autor:
Fonte: Correio Braziliense, 07/07/2012, Economia, p. 13

Tóquio e Atenas — O Fundo Monetário Internacional (FMI) vai reduzir novamente suas previsões para o crescimento da economia mundial devido à desaceleração do ritmo de atividade em escala planetária. "Numerosos indicadores — investimentos, emprego, produção — têm se deteriorado. Não só na Europa ou nos Estados Unidos, mas também em numerosos países emergentes-chave, como Brasil, China e Índia", disse ontem a diretora do organismo, Christine Lagarde, durante uma visita ao Japão.

Em abril, o FMI estimou que a economia global teria uma expansão de 3,5% neste ano e de 4,1% em 2013. As novas projeções serão conhecidas em dez dias. "O que posso dizer é que a atividade econômica está com tendência de baixa e que as próximas previsões serão certamente inferiores às que publicamos há três meses", afirmou Lagarde.

De acordo com a dirigente, algumas regiões estão sendo mais afetadas que outras pela crise, que tem seu epicentro na Europa. Ela elogiou os progressos alcançados pelos países europeus na reunião de cúpula de junho, como a decisão de criar um mecanismos para recapitalizar os bancos e comprar títulos de países em dificuldades, mas afirmou que será preciso fazer mais para sair da crise. Para Lagarde, o próximo passo deve ser na direção de maior união orçamentária.

Ontem, o governo da Grécia, que enfrenta uma severa recessão há mais de três anos, anunciou que vai pedir mais tempo aos credores para cumprir as metas de redução do deficit público exigidas em troca dos pacotes de ajuda financeira. "Pedimos que o ajuste não seja feito dentro de dois anos (como estava previsto), mas mais tarde", declarou o primeiro-ministro grego, Antonis Samaras, em discurso diante no parlamento.

Na segunda-feira, a situação da Grécia é um dos pontos da agenda da reunião dos ministros de Finanças dos 17 países da Zona do Euro. Para preparar o encontro, as contas gregas foram examinadas durante esta semana por representantes do FMI, do Banco Central Europeu (BCE) e da União Europeia Samaras apresentou à chamada "troika" de credores medidas para recuperar o tempo perdido nas reformas, como a aceleração das privatizações e a fusão e fechamento de organismos públicos. "É para conseguir os objetivos que teremos que modificar as medidas que agravam a recessão", disse ele.

Expansão 3,5% Previsão para a economia mundial, que será rebaixada pelo FMI