Correio braziliense, n. 20208, 18/09/2018. Brasil, p. 5

 

Holofotes sobre o câncer

Marília Sena 

18/09/2018

 

 

A prevenção do câncer e as novidades no tratamento da doença serão tema do Correio Debate, no próximo dia 25, no auditório do Correio Braziliense. O evento “Oncologia no Brasil — Inovação no Tratamento e no Diagnóstico do Câncer” ocorrerá das 13h30 às 18h30. As vagas são limitadas, e as inscrições podem ser feitas gratuitamente no site: correiobraziliense.com.br/correiodebate.

O debate será dividido em dois painéis. O primeiro será: “Rastreamento e diagnóstico precoce: os caminhos da prevenção”. E o segundo: “Tratamentos: o que há de atual e as promessas para o futuro”.

Para o oncologista Rodrigo Medeiros, do Hospital Sírio-Libanês e palestrante confirmado no Correio Debate, é importante discutir o tema devido ao alto índice de óbitos causados pelo mal. “O câncer é a segunda maior causa de morte no Brasil. Ter um espaço dentro do jornal para debater esse assunto é uma ótima oportunidade para combater a desinformação sobre a doença”, ressaltou. Ele alerta para a importância de abordar a questão em ano eleitoral. “As pessoas devem estar atentas e procurar representantes que tenham um bom posicionamento sobre o combate à doença.”

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Agência Internacional de Pesquisa Sobre o Câncer (Iarc, na sigla em inglês) mostram que, em 2018, um em cada cinco homens e uma em cada seis mulheres terão câncer em algum momento de suas vidas. Além disso, um em cada 10 homens e uma em cada 11 mulheres vão morrer por causa da doença. O levantamento é mundial. Segundo o relatório, surgirão 18,1 milhões novos casos de câncer neste ano — os dados mostram que o índice está aumentando. Desses, 9,6 milhões resultarão em morte.

Os tipos de cânceres com mais ocorrências em 2018 no mundo são os de pulmão, mama e colorretal (intestino grosso). Segundo o estudo, o de pulmão é responsável por 11,6% dos casos da doença, mesmo percentual do de mama. O colorretal corresponde a 10%. Na lista aparece, em seguida, o de próstata (7%) e o de estômago (5,7%).

O diretor-geral do Sírio-Libanês de Brasília, Gustavo Fernandes, afirmou que, apesar de as taxas de morte pela doença estarem caindo a 1% ao ano desde a década de 1990, os índices ainda preocupam. “Não dá para dizer que estamos perdendo uma guerra, porque estamos ganhando, estamos evoluindo”, frisou.

Segundo o oncologista, a cura do câncer vem evoluindo há 60 anos. Ele considera que os tratamentos foram desenvolvidos de forma rápida. “Hoje, temos métodos mais eficazes, isso proporciona melhor qualidade de vida.”

Fernandes defende a importância, para a classe médica, de debater o tema em ano eleitoral, porque todos os setores de cuidados com a saúde são “muito vinculados” ao Sistema Único de Saúde (SUS). “O Brasil está estagnado, existem avanços, mas estão limitados no nosso país”, lamentou. O médico ressaltou que a má-formação dos médicos e a desinformação da sociedade “exigem um olhar político sobre o tema”.