Título: Categoria insatisfeita
Autor: Filizola, Paula
Fonte: Correio Braziliense, 14/07/2012, Economia, p. 12
A proposta do Executivo parece não ter empolgado as lideranças dos professores universitários. A presidente da Associação Nacional dos Docentes do Ensino Superior (Andes-SN), Marinalva Oliveira, disse, na reunião de ontem, que não houve uma proposta sobre a restruturação das carreiras da categoria. Segundo ela, as tabelas apresentadas aos docentes continham erros e não deixavam claros os critérios de definição dos cargos. "Nós queremos compreender qual conceito de carreira está embutido nelas, porque trabalhamos numa situação de precariedade e defendemos, há uma ano e meio, uma proposta que nos dê respeitabilidade e que se comprometa com o ensino, a pesquisa e a extensão", afirmou no intervalo do encontro com o secretário de Relações do Trabalho no Serviço Público do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça, e o secretário de Ensino Superior do Ministério da Educação, Amaro Lins.
A secretária executiva da Andes-SN, Marília Barbosa, disse que o reajuste oferecido não contempla todos os professores, limitando-se aos titulares, que alcançam essa condição por meio de concurso após terem sido doutores e professores-adjuntos de nível quatro. "O governo foi muito hábil, atuando com truculência, mas dizendo na mesa de negociação que essas tabelas representavam uma conquista da categoria. Estamos identificando os aumentos diferenciados. Os ganhos anunciado não decorrem de progressão de carreira. Serão concedidos ao titular, que é uma carreira distinta das outras", ressaltou Marina.
Reivindicações Os professores pleiteiam carreira única, com incorporação de gratificações em 13 níveis remuneratórios. Além disso, pedem variação de 5% entre os níveis, partindo do piso para regime de 20 horas, que corresponde ao salário mínimo do Dieese — atualmente calculado em R$ 2.329,35 — e percentuais de acréscimo relativos à titulação e ao regime de trabalho. De acordo com a Andes-SN, a proposta, no entanto, não apresenta percentuais entre os níveis e nem exemplifica quais os critérios de projeção na carreira. As lideranças do Comando Nacional de Greve devem se encontrar com o governo novamente no próximo dia 23. Os representantes sindicais se reunirão no fim de semana para fazer cálculos e elaborar contrapropostas para apresentar ao Ministério do Planejamento. A greve envolve 56 das 59 universidades federais do país, além dos institutos técnicos federais.