Título: ONU decide reforçar missão
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Fonte: Correio Braziliense, 22/07/2012, Mundo, p. 21
O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, decidiu enviar para a Síria o chefe da divisão de Operações de Manutenção da Paz, Hervé Ladsous, com a tarefa de reforçar a missão de observadores da ONU que monitora o conflito. O mandato da equipe foi prorrogado por mais 30 dias, em meio ao recrudescimento dos combates entre o Exército e rebeldes na capital, Damasco, e na segunda cidade do país, Alep-po — até recentemente poupadas de maiores confrontos no levante iniciado há um ano e meio. Organizações de direitos humanos relataram ao menos 90 mortes em ambas as cidades, onde forças leais ao presidente Bashar Al-Assad procuravam retomar terreno após o avanço feito desde o início da semana pelo Exército Sírio Livre (ESL).
"Os confrontos seguem desde sexta-feira no bairro de Salahedin, em Aleppo", informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), com sede no Reino Unido. Os Comitês Locais de Coordenação (LCC), também ligados à oposição, denunciaram "um êxodo dos moradores, por medo dos bombardeios do regime e de uma contraofensiva". O líder da ONU manifestou uma vez mais sua preocupação com a "rápida deterioração" do cenário na Síria, praticamente imersa na guerra civil, e reiterou o chamamento ao regime de Assad para que "ponha fim às matanças e ao uso de armas pesadas contra aglomerações (de população)".
Unidades do ESL procuravam manter as posições conquistadas não apenas na capital, mas em postos estratégicos na fronteira com o Iraque e a Turquia. Segundo autoridades iraquianas, os rebeldes sírios estariam no controle de apenas um dos três pontos de passagem entre os dois países, o de Boukamal, mas tinham pela frente reforços enviados pelo regime para recuperar a posição. Na fronteira turca, os opositores de Assad seguiam ocupando o posto de Jarablus, de onde obrigaram o Exército regular a retirar-se, na quinta-feira — um dia depois da ofensiva rebelde sobre Damasco e do atentado à bomba que matou altos funcionários do aparato de repressão, entre eles um cunhado do presidente.