Correio braziliense, n. 20264 , 13/11/2018. Política, p.3

Mais nomes para a esplanada

Lucas Valença

Hamilton Ferrari

 

 

 

Além da confirmação de Joaquim Levy para presidir o BNDES, o presidente eleito Jair Bolsonaro e a equipe de transição também informaram nomes que estão sendo estudados para ocupar os futuros cargos da Esplanada. Segundo apurou o Correio, o almirante de esquadra Fernando Antonio de Siqueira Ribeiro está cotado como possível novo ministro da Defesa. A expectativa é de que mais quatro nomes sejam divulgados ao longo desta semana.

Por enquanto, há seis nomes confirmados para os ministérios de Bolsonaro: Onyx Lorenzoni (Casa Civil), Paulo Guedes (Economia), Sérgio Moro (Justiça e Segurança), Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia), Tereza Cristina (Agricultura) e o general Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional).

Para a pasta de Meio Ambiente, a atriz Maitê Proença entrou ontem como uma das candidatas para assumir o comando (Veja fotolegenda). Apesar disso, os mais cotados para o ministério são o ex-deputado federal e engenheiro agrônomo Xico Graziano e o pesquisador Evaristo de Miranda, da Embrapa Territorial. A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, como mostrou o Correio, está por trás das negociações para definir o novo chefe do setor.

No Ministério da Defesa, a Marinha aparenta ganhar a queda de braço contra o Exército para indicar um almirante de esquadra — o posto mais elevado da Força. Fernando Antonio de Siqueira Ribeiro, ex-comandante geral do Corpo de Fuzileiros Navais, é um dos cotados para o cargo. Até o início da última semana, o general Augusto Heleno era o nome mais forte para a pasta, mas foi realocado no Gabinete de Segurança Institucional (GSI). A indicação de um almirante de esquadra é sugestão do vice de Bolsonaro, Hamilton Mourão.

Em conversa com jornalistas, no Rio de Janeiro, o presidente eleito também destacou que o deputado federal Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS) é cotado para assumir o Ministério da Saúde no próximo governo. “Conversei com o Mandetta hoje (ontem), dei mais um passo”. E completou: “Pode (ser o novo ministro), está sendo conversado o nome dele, mas nada definido”, disse.

Se confirmado, Luiz Henrique Mandetta será o segundo nome de Mato Grosso a assumir um ministério no governo Bolsonaro. Além disso, será o terceiro parlamentar do DEM na Esplanada. Durante a entrevista, o presidente eleito defendeu a nomeação de Joaquim Levy para a presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O economista foi ministro da Fazenda durante o governo Dilma Rousseff, de onde saiu menos de um ano depois por causa de divergências com a base do PT e com o então ministro do Planejamento, Nelson Barbosa.

“Não tem nenhum processo contra ele. Esse é o argumento do Paulo Guedes, e eu tenho que acreditar. Na primeira semana, não vai ter mais sigilo no BNDES. Eu não sei o Joaquim Levy. Meu contato é com o Paulo Guedes, ele é quem vai abrir. Se não abrir, alguma coisa vai acontecer”, alertou Bolsonaro.

 

Outras fusões

As quatro pastas com status de ministério sediadas no Palácio do Planalto — Casa Civil, Secretaria de Governo, Secretaria Geral e Gabinete de Segurança Institucional — devem ser reduzidas para três, segundo o ministro extraordinário, Onyx Lorenzoni: Secretaria Geral deve ser fundida com a de Governo. Lorenzoni chegou a insinuar que o advogado Gustavo Bebianno, coordenador da campanha de Bolsonaro, poderia ocupar a pasta da Secretaria Geral. Ao ser questionado se a declaração seria um ato falho, no entanto, o articulador da transição foi enfático. “Não, foi um desejo de alguém que quer ver uma pessoa importante na campanha, que tem todas as condições de participar. Mas sempre fui disciplinado e quem define isso é o futuro presidente”, explicou.