Título: PMDB prepara superbloco
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Fonte: Correio Braziliense, 24/07/2012, Política, p. 7

Uma reaproximação entre PMDB e PSC deverá formar o maior bloco partidário da Câmara em 2013, com 96 deputados, superando os 87 do PT, e praticamente garantindo a ascensão de Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) à Presidência da Casa. Os dois partidos decidiram esperar a passagem do turbilhão das eleições municipais para, só então, anunciarem que voltaram a caminhar e votar juntos.

“Há uma possibilidade real, mas ainda não batemos o martelo. Nós já formamos bloco com PMDB, que depois se dissolveu. Na época, início dessa Legislatura, nos unimos para ocupar espaços e, por isso, hoje temos a Presidência da Comissão de Fiscalização e Tributação e uma suplência na Mesa Diretora. Agora, refazendo o bloco, PSC e PMDB vão se fortalecer. Obviamente, se estivermos juntos, vamos trabalhar para Henrique (Eduardo Alves) virar presidente, mas este não é objetivo único”, afirmou o líder do PSC, deputado André Moura (SE).

PT e PMDB têm um acordo firmado que prevê o revezamento de representantes das duas maiores legendas na principal cadeira da Mesa Diretora. Presidente da Casa desde 2011, o deputado Marco Maia (PT-RS) daria lugar ao atual líder do PMDB, que ocuparia o cargo no biênio 2013 e 2014.

Enquanto atrai os 18 deputados do PSC, o PMDB prepara o terreno para outra cartada: uma proposta de fusão com a legenda social cristã. “Esse tema ainda é apenas uma hipótese, que também está sendo negociada, mas muito embrionariamente. O PMDB está se antecipando a uma tendência: o Congresso deve aprovar a realização de eleições a cada quatro anos, não mais a cada dois. Isso poria fim às coligações proporcionais, complicando a situação de partidos menores, que se aliam a grandes legendas e concentram as forças em duas ou três candidaturas próprias. Se as regras mudarem, cada sigla vai eleger de acordo com seu tamanho. Nesse panorama, uma eventual fusão pode ser interessante, mas agora não há concreto”, explicou Henrique Eduardo Alves.

Fusão distante A intenção de unir as duas legendas, no entanto, é admitida pelos caciques peemedebistas com a mesma convicção com que é rechaçada pelo líder do PSC, deputado André Moura (SE). “Essa possibilidade está absolutamente fora dos nossos planos. Não é médio, nem pequeno nem longo prazo. Não existe. Estamos focados no crescimento do PSC, uma das legendas que mais têm ganhado espaço no país”, justificou, enfaticamente.

A eventual fusão não vai alterar, porém, a ocupação das duas legendas nas comissões. O número de representantes em cada colegiado é definido no início da Legislatura, de acordo com a participação de cada bloco partidário. A extinção ou formação de novas alianças não alteram composições estabelecidas inicialmente.