Título: Defesa de quem paga
Autor:
Fonte: Correio Braziliense, 24/07/2012, Economia, p. 9

O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, voltou ontem a defender a decisão da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) de proibir a venda de planos das operadoras de telefonia móvel TIM, Claro e Oi. E ressaltou que o governo não quer %u201Cdemonizar as empresas%u201D ou tratá-las %u201Ccomo vilãs%u201D. Ele considerou razoável o tempo para as concessionárias alinharem seus programas de investimento em função da necessidade de elevar a qualidade dos serviços. No seu entender, as companhias devem ter uma boa relação com os consumidores, pois são eles %u201Cque pagam a conta%u201D.

Para Bernardo, os processos abertos pela Anatel devem correr normalmente, pois considera ser possível que as empresas entreguem planos de investimentos satisfatórios em até 15 dias, metade do prazo fixado pelo órgão regulador. Com isso, terão condições de retomar as vendas de chips e as habilitações das linhas. %u201CNão estamos com pressa. Podemos ficar brigando aí três meses. Quem está com pressa são as operadoras%u201D, afirmou.

O ministro lembrou que o setor investiu R$ 20 bilhões no ano passado, mas, apesar disso, as reclamações dos usuários sobre os serviços prestados obrigaram a Anatel a agir de forma histórica. %u201CTínhamos que adotar medidas extremas que não são para ser usadas todos os dias. A agência fez o que tinha que fazer e, embora a ação seja drástica, o critério foi ponderado, pois o consumidor não ficou sem opções em nenhum estado%u201D, ressaltou.

O fato de a TIM ter entrado na Justiça contra a suspensão de venda de novas linhas não muda o tratamento que a companhia recebe do governo, ressaltou Bernardo. Ele contou que tem um aparelho celular da operadora e que ficou sem 3G durante todo a última sexta-feira. %u201CFiz duas ligações para Curitiba que caíram no meio da conversa. Não temos nada contra a TIM, mas achamos que a qualidade do serviço não está boa no momento%u201D, disse. (SR)