Título: Campanha em Brasília
Autor: Caitano , Adriana
Fonte: Correio Braziliense, 21/07/2012, Política, p. 6

Apesar de ser a única cidade do país em que não haverá eleições neste ano, Brasília será o centro político da campanha municipal dos dois maiores partidos da base do governo. Os escritórios do PT e do PMDB na capital têm sido utilizados para reuniões e para a gravação de mensagens de apoio de ministros e lideranças para os candidatos a prefeito e vereador. Apesar de ser um pleito municipal, as eleições em 2012 têm peso nacional e as siglas coordenam da capital as campanhas nas cidades.

Até o início de agosto, o presidente do PMDB, senador licenciado Valdir Raupp (RO), vai gravar um vídeo padronizado pedindo votos para os 2.293 filiados que vão disputar prefeituras e para os 41.722 que tentam vagas nas câmaras municipais. A intenção é que ele cite nominalmente os candidatos a prefeito e vice-prefeito nas mensagens com duração de 15 a 30 segundos. “Também temos estúdio em São Paulo e poderemos ir a alguns municípios, mas não seria possível ir aos 4.116 em que teremos alguma candidatura”, comenta o presidente.

Os custos dessas gravações ficarão por conta do próprio partido, que está cotando preços para contratar uma produtora da cidade. Quem quiser uma mensagem personalizada de Raupp ou de outra liderança peemedebista, como o presidente do Senado, José Sarney (MA), e os ministros, poderá solicitar ao setor de comunicação da legenda. O vice-presidente da República, Michel Temer, foi convidado pelo presidente do PMDB a estrelar algumas peças. “A participação dele é fundamental, todos querem a imagem da maior liderança do partido em sua campanha”, afirma Raupp.

A maior parte das gravações com Temer, no entanto, deve ser feita em São Paulo, onde o vice-presidente passa os finais de semana. De acordo com a assessoria, ele irá participar de campanhas consideradas estratégicas, gravando vídeos e subindo em palanques dos candidatos. “Devemos fazer as visitas juntos, mas ainda aguardamos as agendas dos candidatos para definir as datas”, detalha Raupp.

No PT, o QG em Brasília cuidará da participação de seus nomes nacionais no pleito municipal. A sigla conta com 1.791 candidatos a prefeito e 39.785 a vereador, potenciais interessados em fotos ou mensagens gravadas pelos integrantes do governo federal. O primeiro ministro a gravar mensagens para os candidtos foi o da Saúde, Alexandre Padilha; o segundo, Gilberto Carvalho, da Secretaria Geral da Presidência. Senadores e deputados federais também participarão. O comitê central organiza a participação nas cidades prioritárias, mas todos estão liberados para participarem em seus nichos.

O comitê em Brasília começou a funcionar dia 6 e conta com um estúdio de televisão e um de rádio, para a gravação dos programas, jingles, etc. Há uma equipe do próprio PT cuidando dos trabalhos, mas haverá o apoio de uma produtora local. As participações da presidente Dilma Rousseff devem ser feitas aqui.

O PSB, apesar de estar em lados opostos em capitais consideradas “nacionalizadas” por PT e PMDB, não irá usar a mesma estratégia dos outros dois partidos. Segundo o vice-presidente da legenda, Roberto Amaral, as campanhas serão pensadas regionalmente e mesmo a participação de nomes mais nacionais, como o governador Eduardo Campos, presidente do partido, e o ex-candidato à presidência Ciro Gomes, serão analisadas caso a caso.

A estratégia de concentrar as articulações e as gravações em uma cidade não se repete em legendas menores. O PR, por exemplo, que tem 4.670 candidatos a prefeito e 21.226 a vereador, colocou as figuras mais conhecidas da legenda, como o deputado Tiririca (SP), à disposição para gravações locais.

No PSDB também não haverá um QG nacionalizado coordenando as campanhas. Cada líder regional cuidará de seus nichos, com a supervisão, quando necessária, do presidente nacional da sigla, Sérgio Guerra.

41.722 Filiados do PMDB disputam uma vaga de vereador