O globo, n. 31198, 06/01/2019. País, p. 9

 

Em frases, os primeiros dias após a posse

Marcelo Remigio

06/01/2019

 

 

Discursos sinalizam como serão os governos pelo país

“Me coloco diante de toda a nação, neste dia, como o dia em que o povo começou a se libertar do socialismo, da inversão de valores, do gigantismo estatal e do politicamente correto.”

Jair Bolsonaro, em discurso na Praça dos Três Poderes, no dia da posse

“Essa é a nossa bandeira, que jamais será vermelha. Só será vermelha se for preciso nosso sangue para mantê-la verde e amarela.”

Sobre a esquerda no poder

“Estou me casando com vocês (parlamentares).”

Ao pedir apoio do Congresso para seu governo e suas medidas

“Vamos unir o povo, valorizar a família, respeitar as religiões e nossa tradição judaico-cristã. Combater a ideologia de gênero, conservando valores. O Brasil v_oltará a ser um país livre das amarras ideológicas.

Ao discursar no Congresso, no dia da posse

“O brasileiro tem o direito de viver sem a sensação que está sendo roubado e enganado pelos seus representantes nas mais diferentes esferas de poder.”

Sergio Moro,ministro da Justiça, durante discurso de posse

“Não se combate a corrupção somente com investigação e condenações criminais eficazes. Elas não são suficientes. São necessárias políticas mais eficazes.”

Sobre o combate à corrupção

“O Brasil não será porto seguro para criminoso.”

Sobre o trabalho do Departamento de Cooperação de Ativos da Justiça

“Ele (Bolsonaro) se equivocou. (...) Não haverá aumento de impostos.”

Onyx Lorenzoni,ministro da Casa Civil, durante entrevista coletiva para explicar que Bolsonaro errou ao prever aumento de impostos

“É muito importante pedir, aqui, um pacto político entre governo e oposição por amor ao Brasil.”

Ao pedir o apoio do Congresso para o governo Bolsonaro

“As disputas políticas, as disputas ideológicas podem e devem ser travadas. Não recebemos um papel em branco ao vencer as eleições.”

Sobre o novo governo, durante discurso no Congresso

“É a ‘despetização’ do governo federal. Vamos retirar da administração pública aqueles que têm marca ideológica clara. Sabemos do aparelhamento que foi feito (...) nos quase 14 anos do PT.”

Sobre as exonerações de comissionados

“Vamos ler menos Foreign Affairs e mais Clarice Lispector. Menos ‘New York Times’ e mais José de Alencar. Menos CNN e mais Raul Seixas.”

Ernesto Araújo,ministro das Relações Exteriores, durante o discurso de posse

“O problema do mundo hoje não é a xenofobia, mas a ‘oikofobia’, a rejeição do próprio lar, do próprio passado.”

Ao discursar durante a posse

“O Brasil estava preso fora de si mesmo. E arrisco dizer que a política externa estava presa fora do Brasil.”

Durante a cerimônia de posse

“Atenção, atenção: é uma nova era no Brasil! Menino veste azul, e menina veste rosa!”

Damares Alves,ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, em vídeo em que comemora sua posse na pasta

“Foi uma metáfora. (...) Quando eu disse que menina veste cor de rosa e menino veste azul, é que nós vamos estar respeitando a identidade biológica das crianças.”

Ao justificar, à GloboNews, sua declaração

“O menino do Rio Grande do Sul faz o Enem, ele passa para medicina lá no Amapá, que é o grande sonho dele. Esse menino é tirado do contexto.”

Ao criticar o Sisu

“O governo democrático vai inovar e abandonar a legislação fascista da carta del Lavoro.”

Paulo Guedes, ministro da Economia, em uma referência ao conjunto de regras adotadas na Itália no período fascista (críticos afirmam que o texto inspirou a CLT brasileira)

“O Brasil foi corrompido pelo excesso de gastos.”

Ao afirmar que o país deixou de crescer por insistir em um modelo de Estado como motor do crescimento, corrompendo a política e estagnando a economia.

“O Brasil deixará de ser o paraíso dos rentistas e inferno para empreendedores.”

Em referência aos gastos com a dívida pública, que chegam a R$ 400 bilhões

“O bonito é que, se der errado, pode dar certo.”

Sobre a não aprovação da reforma da Previdência (o governo tem um “plano B” à reforma da Previdência: desvincular o Orçamento, o que faria a classe política assumir o controle dos gastos)

“O correto é matar o bandido que está de fuzil. A polícia vai fazer o correto: vai mirar na cabecinha e… fogo! Para não ter erro.”

Wilson Witzel,governador do Estado do Rio, sobre o combate à violência e a política de Segurança Pública adotada pelo novo governo

“A Lei Antiterrorismo poderia dar pena de 50 anos de prisão (a sentença hoje varia de 12 a 30 anos), a ser cumprida em estabelecimentos prisionais destacados, longe da civilização. Precisamos ter a nossa Guantánamo. É preciso colocar os terroristas em locais que a sociedade se livre definitivamente deles.”

Ao falar sobre o crime organizado no Rio

“O PSDB vai ser exemplo disso porque vai mudar, e vai mudar para se sintonizar com a realidade da população. Se puder fazer em São Paulo, poderá fazer pelo Brasil.”

João Doria, governador de São Paulo, durante seu discurso de posse

“Não há mais espaço para governos de políticos ou partidos. Devemos fazer o governo que a população deseja com os políticos e partidos.”

Sobre os governos eleitos

“A situação na educação é muito ruim.

Ao avaliar o trabalho da pasta de Educação em seu estado